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Saiba como fazer uma carta aberta

Olá, leitores!

A carta aberta, também chamada de texto epistolar, tem como objetivo instruir, protestar, informar, reivindicar, argumentar ou alertar sobre determinado assunto.

A carta aberta está entre os gêneros textuais norteados e sua principal característica é permitir que o autor, ou seja, o emissor, exponha suas opiniões sobre o tema que está abordando. Apesar de ser argumentativa na maioria das vezes, a carta aberta pode ser instrucional, descritiva ou expositiva.

O que diferencia uma carta aberta de uma carta pessoal é que esta trata de um assunto que diz respeito apenas ao emissor e ao remetente, enquanto aquela se refere a temas de interesse coletivo.

A carta aberta pode ser destinada a integrantes de sindicatos, comunidades, representantes políticos, entre outros. Assim, esse tipo de texto é usado tanto como forma de protesto quanto para conscientizar a população sobre temas importantes.

Por isso, a carta deve incluir traços persuasivos, já que o objetivo de quem redige é convencer o leitor de suas ideias. O texto não deve ter um conteúdo muito extenso e a linguagem precisa ser coesa e clara, seguindo os padrões gramaticais.

Isso é essencial, já que, normalmente, essas cartas são veiculadas em meios de comunicação, como internet, televisão e rádio, sendo acessadas por milhares de pessoas.

Carta aberta no vestibular

Carta aberta

Fonte: Reprodução

Mesmo com o uso da internet, as cartas continuam sendo um importante meio de comunicação. Por essa razão, vestibulares e concursos públicos ainda exigem esse tipo de texto em seus processos seletivos.

Neste ano, universidades como UFSM, UFRGS e UEM determinaram que a redação deverá ser uma carta aberta ou um artigo de opinião. Isso está preocupando muitos estudantes, que até então se preparavam para produzir uma redação dissertativa-argumentativa.

Mas, não se apavore, nós criamos esse artigo especialmente para você conseguir desenvolver uma carta aberta sem grandes dificuldades.

A estrutura de uma carta aberta

A composição de uma carta aberta é maleável. Entretanto, recomendamos que você siga esta estrutura nos vestibulares:

  • Local;
  • Data;
  • Vocativo (destinatário coletivo ou órgão público);
  • Remetente;
  • Síntese do assunto;
  • Discussão (apresenta a ideia ou reivindicação);
  • Sugestão ou solução para o problema em questão;
  • Agradecimento (opcional);
  • Despedida (opcional);
  • Assinatura (pode ser assinada por uma pessoa ou por um grupo).

A carta deve ser escrita em 1 ª ou 3 ª pessoa, do singular ou do plural, e você deve tomar muito cuidado ao assinar o texto, já que cada vestibular tem exigências próprias para esse item e desobedecê-las pode causar a anulação da prova.

Para o corpo do texto, é preciso incluir os seguintes tópicos:

  • Introdução: assim como qualquer texto dissertativo, a carta aberta deve possuir uma introdução, na qual se contextualiza o tema e apresenta a opinião sobre ele.
  • Desenvolvimento: no desenvolvimento, você precisa esclarecer o objetivo da carta. Nessa parte, também são abordados os argumentos relacionados ao assunto em questão.
  • Conclusão: aqui, são apresentadas ideias e sugestões para que o interlocutor possa agir. É na conclusão que se traz possíveis resoluções para o problema exposto e se fecha a ideia central do texto.
  • Despedida: com saudações cordiais e assinatura dos remetentes, a despedida é o último item da carta.

Modelo de carta aberta

Para que você possa compreender bem o que é uma carta aberta, leia este texto enviado pela Associação de Artesãos de Manaus.

CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.

Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.

Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.

Um país que tem 165.000 quilômetros quadrados de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:

“A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”

Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!

É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.

SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

(Disponível em: Amazônia para sempre)

Você reparou na estrutura desse texto? No 1 ° parágrafo, é apresentada a tese defendida; nos 3 parágrafos seguintes, há o desenvolvimento, que aborda a necessidade de preservar a floresta Amazônica; finalmente, na conclusão, os autores propõe a solução para o problema.

Outros tipos de carta

Além da carta aberta, os outros tipos de carta são:

Carta pessoal

A carta pessoal se diferencia da carta aberta pelo grau de intimidade entre os interlocutores, sendo geralmente usada por familiares e amigos.

Apesar de menos frequentes por causa do advento da tecnologia, as cartas pessoais costumam ser enviadas pelo correio. Para que elas possam chegar ao destinatário, é preciso que sejam colocadas em um envelope contendo as seguintes informações na parte da frente:

  • endereço (rua, número e bairro);
  • CEP;
  • cidade;
  • estado;
  • nome do destinatário.

Por sua vez, no verso do envelope, é preciso colocar estes dados:

  • nome do remetente;
  • endereço do remetente (rua, número e bairro);
  • CEP;
  • cidade;
  • estado.

Em cartas pessoais, não há regras exatas quanto ao tipo de linguagem a ser utilizada. Isso depende  da relação que existe entre os interlocutores. Assim, o tom do texto pode ser informal, ou seja, despretensioso, ou formal e, portanto, mais focado nas normas gramaticais.

Tradicionalmente, esse tipo de carta é usado por pessoas que possuem ligações afetivas mais intensas. Por isso, a linguagem tende a ser informal, incluindo gírias e expressões populares.

Por outro lado, se você for escrever para uma pessoa com quem não tem intimidade, a formalidade é indispensável. Além disso, termos cordiais, como atenciosamente meus cumprimentos, não podem faltar.

Carta argumentativa

A carta argumentativa tem o objetivo de persuadir o interlocutor. Assim, ao longo do texto, o emissor tentará fazer com que o leitor concorde com seu ponto de vista. Nesse tipo de carta, a linguagem pode ser tanto formal quanto informal, de acordo com a relação entre os  interlocutores.

As principais características de uma carta argumentativa são persuasão, linguagem objetiva e clara, uso de 1 ª pessoa do singular ou do plural, presença de remetente e destinatário, utilização de pronomes de tratamento e assinatura do emissor.

Esse modelo de carta também possui uma estrutura básica, composta por introdução, desenvolvimento e conclusão, e deve possuir:

  • Local e data;
  • Nome do receptor;
  • Saudação inicial;
  • Introdução;
  • Desenvolvimento;
  • Conclusão;
  • Despedida;
  • Nome do emissor.

Se você precisar fazer uma carta argumentativa em um vestibular, é muito importante seguir todas as orientações do enunciado ao assinar o texto, já que o descumprimento das exigências da prova nesse item pode acarretar na anulação da redação.

Veja abaixo um exemplo de carta argumentativa:

Caro Deputado Alcides Amaral,

Venho, por meio desta missiva, solicitar sua atenção para algumas das questões mais importantes da sociedade brasileira. Aliás, não se assuste o senhor se, nas próximas linhas, eu falar com tanta propriedade e firmeza dos problemas nacionais. Há uma razão bastante objetiva que me permite fazê-lo: eu sou uma mulher do futuro. Sim, não se assuste vossa excelência: eu sou uma mulher do futuro. De fato, creia o senhor ou não, em 2058 os cientistas franceses irão construir as primeiras máquinas do tempo. Tais máquinas, são incapazes de transportar pessoas. No entanto, são profundamente eficientes no envio de objetos inanimados a períodos passados e futuros. Aliás, foi precisamente assim que eu, membro-fundadora da Sociedade Crononáutica Brasileira, enviei-lhe esta carta.  Segundo informa meu dróide observador de tempos passados, ela chegou a sua casa às 7h05min da manhã de 10/11/2015.

Pois bem, mas por que envio eu, uma mulher do futuro, esta carta ao deputado brasileiro mais influente de 2015? Bem, minhas razões são claras e objetivas. Em seu tempo, Deputado Alcides, têm sido travadas algumas das lutas políticas mais relevantes da história da sociedade brasileira. Tais lutas, muitas vezes ocultas por sob as polêmicas inócuas que alimentam a mídia e as redes sociais, irão repercutir, no futuro, de maneira absolutamente decisiva e desastrosa nos rumos de nosso país.

Refiro-me aqui, em particular, ao futuro da cultura popular. De fato, vossa época, nobre deputado, é o período dos últimos resquícios daquilo que o grande Ariano Suassuna chamava de “Brasil profundo”. Em suma, vosso tempo é aquele em que ainda resta algo das músicas populares passadas de pai para filho, do velho folclore interiorano, dos costumes regionais de antiquíssima tradição. A velha alma brasileira, fruto de uma secular interação entre povos de continentes distintos, tão rica e diversa, verdadeira síntese de contrários, está, em sua época, prestes a falecer.

Com efeito, na medida em que se iniciou o processo de globalização, as antigas fronteiras nacionais enfraqueceram-se e a rica diversidade cultural existente no planeta deu lugar a um lento e gradual, mas contínuo e intenso processo de homogeneização das práticas culturais. Hábitos e valores multisseculares, vistos desde sempre como o apanágio de povos específicos, como elementos constituintes de sua própria identidade, se viram pouco a pouco escanteados em nome de atitudes e práticas de consumo disseminadas pela mídia e pela propaganda. As grandes marcas multinacionais, com seus tentáculos de alcance irrestrito, destruíram progressivamente as culturas locais. E a indústria cultural, tão pronta a transformar arte em mercadoria, massificou os gostos estéticos, gerando artistas de sucesso mundial e rendimentos bilionários. Ao mesmo tempo, retirou a identificação que havia entre povo e arte, de índole tradicional, espontaneamente gerada por ele.

Como disse, esse processo, em vosso tempo, Deputado Alcides, encontra-se quase triunfante, mas ainda em possibilidade de reversão. E é por isso que lhe escrevo esta carta. Não permita que o Brasil se torne aquilo que ele será em 2080: uma pátria oca, genérica, sem identidade. Não permita que morra a brasilidade, o nosso senso do que somos e do que nos faz singulares. Se o poder público, em seu tempo, tomar decisões adequadas e o Congresso aprovar leis que tornem eficaz a proteção às manifestações de nosso patrimônio histórico e social, ainda haverá esperança. Como sei que o senhor é sensível a este tema, além de ser homem reto e atuante, me pareceu por bem enviá-lo esta carta. Conto com o senhor – e os seus bisnetos também.

Atenciosamente,

LO.

(Disponível em: Descomplica)

Carta do leitor

Outro tipo de carta bastante comum é a carta do leitor, geralmente publicada em jornais e revistas. Ela recebe esse nome pois é escrita pelo leitor, que expõe opiniões, críticas, perguntas, sugestões, reclamações ou elogios.

A carta do leitor possui uma função significativa, já que ajuda os meios de comunicação a saberem como seu conteúdo está sendo recebido pelo público. Além disso, jornais, revistas e sites podem usar as cartas de leitores para elaborar novas matérias.

Como a carta é revisada e adaptada pelo meio de comunicação, não existem regras muito exatas para sua redação. Apesar disso, é importante que o emissor evite expressões populares, gírias, palavras de baixo calão e vícios de linguagem.

Os traços marcantes de uma carta do leitor são uso de 1 ª pessoa do singular, caráter subjetivo, linguagem simples, objetiva e clara, tom expositivo ou argumentativo e concisão. Além disso, é sugerido que esse tipo de texto possua a seguinte estrutura:

  • Vocativo;
  • Introdução;
  • Desenvolvimento;
  • Conclusão;
  • Despedida;
  • Assinatura.

Veja agora um exemplo de carta do leitor:

Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2012

Olá Pessoal da Revista Teen Feminina,

Meu nome é Gisele e tenho 14 anos. Adorei a matéria sobre o primeiro beijo e gostaria de sugerir uma nova matéria sobre o namoro na adolescência. Sou fã da revista, compro todo o mês!!!

Além dessas matérias importantes na adolescência, adoro a seção de moda e acessórios. Já pensaram em ter um espaço para a reciclagem de artigos de moda? Tenho feito algumas adaptações nas roupas e acessórios que tenho no guarda-roupa e tem sido um sucesso com a galera. Abraços e até a próxima!

Gisele Matias Albuquerque, Natal (Rio Grande do Norte)

(Disponível em: Toda Matéria)

Se você irá prestar vestibular ou concursos públicos, é fundamental dominar esses gêneros textuais. Assim, você não estará desprevenido quando for fazer a redação das provas.

O que você achou do nosso resumo sobre cartas? Ficou com alguma dúvida? Deixe aqui nos comentários e aproveite para escrever uma carta do leitor!

Até a próxima!

Para saber mais sobre os tipos de redação que caem nos vestibulares, clique aqui!

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