Professor facilitador: como proporcionar autonomia na aprendizagem
Olá, leitor!
Você é um professor consciente da necessidade de mudança em relação ao modo de ensinar ao aluno? Você como professor se vê como alguém que precisa auxiliar no processo de aprendizagem do aluno e não somente transmitir conteúdo ?
Quer ser um professor facilitador interessado em desenvolver a autonomia da aprendizagem?
Nesse artigo trouxemos informações que lhe auxiliarão nesse processo de ensino aprendizagem. Nesses novos rumos da pedagogia contemporânea onde se busca autonomia dos indivÃduos. Confira o artigo!
Professor facilitador
É o professor que está presente à experiência formadora do educando.
Respeita a autonomia e a identidade do educando exigindo de si mesmo uma prática coerente com esse saber.
O educador facilitador da autonomia é desafiador e cada aluno é sujeito de sua autonomia.
Autonomia
É a capacidade de governar-se pelos próprios meios, independência, liberdade ou autossuficiência.
Um aluno autônomo participa ativamente das aulas, dialoga com professores e colegas. Questiona-se, questiona os colegas e os professores sobre o quê está sendo estudado, relacionando o que lê nos livros.
Como conseguir ser um facilitador da autonomia do aprendiz?
O professor antes de mais nada deverá ter em mente que os alunos são indivÃduos com tempos de entendimentos diferentes. Alguns levam um tempo mais rápido não só para aprender o conteúdo quanto para explicar o que entendeu.
O professor, para facilitar esse processo, deve provocar o questionamento entre os alunos, tanto entre si quanto aos professores. Ensinar e aprender estão interligados. Como ensinou Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia.
Enquanto se ensina, se aprende com quem aprende. Quem aprende ensina o que é aprendido.
O educador deve incentivar que o aluno desenvolva seu aprendizado. Questione, pense, critique.
O formato de ensino que permaneceu até hoje, mesmo depois de educadores incentivadores da pedagogia transformadora, é  o de transmissão. Transmitir conhecimento deve ser revisto, pois quem transmite é só o professor? O aluno também ensina?
O aluno com sua vivência, sua cultura e sua relação social muitas vezes tem material para no mÃnimo iniciar uma proposta de estudo. Em diversas situações, os professores encontram turmas muito agitadas e na intenção de trabalhar suas aulas pensadas com dedicação, resistem. Não abrem oportunidades para discutir algo que surgiu no meio de uma aula para debater, pois o material elaborado precisa ser “passado”.
As novas propostas de ensino que surgem no momento, segundo teóricos da educação, incentivam essa abertura.
Professores alertas estão a disposição e buscando informações sobre essas propostas.
Método sala de aula invertida.
Esse método criado pelo autor americano Jonathan Bergmann, sugere uma nova dinâmica da sala de aula. O foco desse método está no professor facilitador de aprendizagem.
As aulas são realizadas com alunos em pequenos grupos onde há interação do professor com cada aluno, um a um. Esse método de ensino demanda mais tempo, por isso requer um sistema de avaliação diferente.
Dessa forma 80% do tempo é dedicado ao aluno e somente 20% é do professor em sala de aula.
Alguns professores questionam a praticidade desse método no Brasil. Segundo eles, esse tempo dedicado ao aluno não existe.
Esse método poderá ser adaptado para nossa situação, o objetivo principal é autonomia do aprendizado do aluno.
Teoria da escolha na educação
Esse método foi criado pelo psiquiatra americano William Glasser. Nele o professor é um guia para o aluno e não um chefe. O autor sugere que não se deve trabalhar apenas com memorização.
Segundo ele, a maioria dos alunos esquecem conceitos ao final da aula. Alunos aprendem fazendo. De acordo com a técnica em sala de aula há um grau determinado de aprendizagem -pirâmide de aprendizagem.
Pirâmide de aprendizagem
Ler:Â 10% quando lemos.
Escutar:Â 20% quando escutamos.
Ver:Â 30% quando vemos.
Ver e ouvir: 50% quando vemos e ouvimos.
Discutir:Â 70% Quando discutimos com os outros ( conversar, perguntar, representar, relatar, enuerar, reproduzir, debater, definir, nomear).
Fazer: 80% quando fazemos ( escrever, interpretar, traduzir, expressar, revisar, identificar, comunicar, ampliar, utilizar, demonstrar, praticar, diferenciar, catalogar).
Ensinar: 95% quando ensinamos aos outros. ( explicar, resumir, estruturar, definir, generalizar, elaborar, ilustrar).
Essa teoria vem sendo amplamente divulgada  e aplicada por professores em todo o mundo.
Considerações finais
Nas teorias que abordam o professor como facilitador da aprendizagem, no intuito de desenvolver a autonomia do aluno você pode ter algumas certezas:
- Requer do professor ainda mais paciência, mais tempo e provavelmente mais trabalho.
- O professor é o mediador do processo onde se busca a transmissão de conteúdo e aprendizagem pelos próprios alunos também.
- Os alunos precisam se dedicar mais. Eles precisam buscar o conhecimento e transmitir não só aos colegas como aos próprios professores.
- Não é  um método fechado. Finalizado. Requer adaptações para as diversas realidades nas quais suas turmas estejam inseridas.
- O objetivo é  desenvolver a autonomia do aluno, portanto provavelmente terá resistência dos próprios alunos, talvez dos pais e até da escola.
- O professor do conseguirá exercer esse papel se quiser fazer parte de uma pedagogia transformadora.
- Responsável pelo despertar de indivÃduos crÃticos, autônomos e éticos. Terá muita conversa em sala de aula e muito trabalho também.
Todos os tópicos citados, nos trazem a clareza de discutirmos uma sociedade com indivÃduos responsáveis pelo seu próprio futuro.
Até mais!
PatrÃcia Simões
O professor facilitador não para de pesquisar… Tentando responder uma dúvida do leitor, descobrimos que existe uma “pequena” confusão na teoria da pirâmide de aprendizagem. Na verdade o que se difunde em diversas páginas na internet é um “genérico” que mescla a Teoria da escolha, de Willian Glasser e o Cone da Aprendizagem de Edgar Dale. Em todo caso, a representação de percentual numérica não foi oficializado por nenhum dos dois autores. O quê existe na obra de Edgar Dale é uma representação em imagem de um cone dividido em partes, que pode sugerir essa separação proporcional, mas segundo o próprio autor, não deve ser levada ao pé da letra.
Então segue correção, para que não haja propagação de enganos e que continuemos atentos às nossas fontes, difundindo o conhecimento real.
Waldo Cordeiro
Olá Patricia Simões, boa tarde!
Por favor, peço a gentileza de enviar/postar as referências da piramide de aprendizagem do psiquiatra americano William Glasser. Obrigado