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O que é micromobilidade e como poderá impactar nossas vidas?

Olá, leitor(a)!

Vinte e dois patinetes elétricos amarelos estão encostados na parede envidraçada da estação de metrô Trianon-Masp, na Avenida Paulista, centro comercial da cidade de São Paulo. Alguns quarteirões à frente, há aproximadamente mais 10 patinetes apoiados nos muros escuros de uma agência bancária. Um menino de blusa rosa e calças vermelhas caminha pela calçada, aponta para os pequenos veículos e diz para o pai: “Patinetes!”

Cenas como essa se tornaram comuns nas cidades do país, onde patinetes e bicicletas, que podem ser alugados por meio de aplicativos, passaram a ser usados para percorrer  distâncias curtas. Essa tendência recebeu o nome de micromobilidade. No artigo de hoje, vamos falar sobre esse conceito, seu significado e impacto na vida cotidiana das pessoas. Acompanhe!

O que é micromobilidade?

O termo micromobilidade foi usado pela primeira vez pelo empresário americano Horace Dediu no final de 2017 no Tech Festival, evento internacional de tecnologia. De acordo com ele, a expressão denomina veículos elétricos, que pesam menos de 500 kg e são usados preferencialmente  para transporte entre distâncias curtas. 

Recentemente, a palavra vem sendo utilizada para se referir aos serviços de aluguel de bicicletas e patinetes elétricos. A micromobilidade ocorre principalmente em cidades nas quais o meio de deslocamento mais comum é o automóvel e não há redes de transporte público espalhadas por todo o perímetro urbano. Assim, esses veículos menores surgem como opção para quem costuma percorrer pequenas distâncias a pé ou de carro.

Dependendo do serviço utilizado, após alugar bicicletas e patinetes, não é preciso deixá-los em um local específico. Por meio do sistema dockless (“sem doca”, em inglês), eles podem ser depositados em qualquer ponto da área de cobertura e ficarão bloqueados até o próximo usuário chegar. Para liberá-los, é preciso utilizar um aplicativo e escanear o QR Code do veículo com o celular. 

Vantagens

Os serviços de micromobilidade se destacam em cidades da América Latina e da Ásia, justamente por serem locais densamente povoados, com forte uso de telefones móveis e estruturas de transporte público que não abrangem a totalidade do perímetro urbano. Assim, bicicletas e patinetes elétricos surgem como alternativas rápidas e confortáveis  para quem precisa percorrer pequenas distâncias a pé, além de permitirem que o usuário escape do congestionamento e gere menos poluição.

Desvantagens

Contudo, esses veículos não estão disponíveis em todas as áreas das cidades e apenas funcionam mediante pagamento, feito por meio de um aplicativo. Também, as bicicletas e patinetes não contam com uma infraestrutura adequada; quando não há ciclovias, os usuários precisam circular pela rua, junto a veículos mais pesados, ou pelas calçadas, em meio aos pedestres.

A segurança das pessoas que andam pelo espaço público e dos condutores de patinetes e bicicletas é uma questão importante. Em alguns locais, como no Distrito Federal, o uso de capacete é obrigatório, mas isso não acontece em outras cidades. 

Segundo uma pesquisa feita pelo Departamento de Saúde de Austin (documento em inglês), capital do Texas, nos Estados Unidos, entre setembro e novembro de 2018, 190 condutores de patinetes sofreram acidentes; 48% tiveram algum tipo de lesão na cabeça. Menos de 1% usava capacete na hora do ocorrido. 

Micromobilidade

Pedestre andando de patinete na Avenida Paulista/ Fonte: Canal do Ensino

Micromobilidade no Brasil

Esses serviços chegaram ao Brasil em 2018 e estão presentes em 14 capitais, que são Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Brasília, Goiânia,, Recife, Fortaleza e Manaus. 

Cada cidade está debatendo sobre a regulamentação da micromobilidade e, segundo uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), os patinetes não podem andar em velocidade superior a 6 km/h nas calçadas e a 20 km/h em ciclovias ou ciclofaixas. Contudo, na cidade de São Paulo, por meio do Decreto 58.750, feito no dia 13 de maio de 2019, em caráter emergencial, a circulação desses veículos nas calçadas foi proibida. 

Já no Distrito Federal, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) determinou a utilização obrigatória de capacete, joelheiras, cotoveleiras e a proibição do uso do patinete por crianças sem a supervisão de um adulto. Florianópolis e Vitória foram além, proibindo o uso por menores de 18 anos; pessoas com 16 anos ou mais podem utilizar os veículos com a orientação de adultos.

No Recife, os serviços de micromobilidade, operados na cidade apenas pela empresa Yellow, começaram a circular em fevereiro de 2019, mas a prefeitura já impôs algumas regras, como a proibição de deixar os veículos sobre as calçadas. Já a capital fluminense, que conta com os patinetes elétricos desde o final de 2018, ainda não conseguiu uma definição sobre a micromobilidade. 

Dois projetos de lei aprovados pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e que traziam determinações como a realização de prova no Detran pelos usuários sem carteira de motorista, locais específicos para estacionamento e contratação de seguro obrigatório, foram vetados pelo atual governador do estado e voltarão a tramitar na Alerj em agosto de 2019.

Tendências 

A micromobilidade é um setor que está gerando debates sobre as possibilidades de deslocamento e o uso do espaço público. Também é um ramo que está ganhando popularidade e chama a atenção de investidores. A Grow Mobility Inc.,  empresa que nasceu da fusão entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin, é considerada a 3 ª maior companhia de micromobilidade do mundo e recebeu investimentos que giram em torno de U$150 milhões.

Diante desse cenário, outras empresas pretendem investir no setor. Entre elas, está a Uber, famosa por oferecer viagens de automóvel. A companhia figurava em um comunicado emitido pela Prefeitura de São Paulo ao G1, portal de notícias da Globo, no qual o órgão governamental listava as empresas que solicitaram documentação para habilitar o uso de patinetes na cidade. 

E então? Viu como a micromobilidade levanta reflexões sobre as diferentes formas de usar o espaço público? Qual a sua opinião sobre esse assunto? Deixe aqui nos comentários!

Boa viagem!

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