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Ensino Híbrido: guia completo para você entender e pôr em prática

Olá, professores e educadores!

O ensino híbrido já faz parte do contexto da educação contemporânea mundial, e aqui no Brasil há poucas informações ainda sobre o assunto. Por isso preparamos este guia para você entender os benefícios desta modalidade e também os principais desafios para implementar.

O ensino de “um” para “muitos”, onde o professor explica o mesmo conteúdo para todos não considera que os alunos aprendem de maneiras diferentes. O modelo de ensino híbrido permite que o professor obtenha informações individualizadas sobre o desempenho dos alunos e consiga agir com maior eficiência nas necessidades de aprendizado e com maior rapidez.

O ensino hibrido é uma proposta de integração das tecnologias digitais ao ensino, onde o estudante aprende na escola também com o ensino on-line, possibilitando algum elemento de controle sobre o tempo e o ritmo de aprendizado.

Neste modelo de ensino é possível o uso de recursos que possibilitam ao professor elaborar diferentes estratégias de acordo com as necessidades de seus alunos favorecendo a personalização do ensino.

O que é ensino híbrido?

Há uma classificação e nomenclatura proposta pelo Instituto Clayton Christensen, instituto que disseminou o conceito de ensino híbrido no mundo. Aqui no Brasil a Fundação Lemann e o Instituto Península organizaram juntos e desenvolveram vários conteúdos sobre Ensino Híbrido, incluindo cursos on-line e o livro Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. (Este site deixou de exibir o conteúdo. Atualizado em 05/12/2019)

O termo Ensino Híbrido veio do inglês Blended Learning e significa a combinação do ensino a distância com o tradicional, há momentos em que o aluno estuda virtualmente, em outros, a aprendizagem ocorre na modalidade presencial, possibilitando a interação entre alunos e professores. O objetivo principal é que através da combinação do virtual e do presencial, o aluno tenha acesso a uma educação mais eficiente, interessante e personalizada.

 

Modelos de Ensino Híbrido

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O Ensino Híbrido pode ser implantado de muitas formas, geralmente usando uma combinação de um ou mais modelos existentes. O projeto pedagógico da escola que deseja implementar o ensino híbrido precisa compreender como fazer a integração das tecnologias digitais para que os alunos possam aprender significativamente em um novo ambiente, que contempla o presencial e o virtual.

Há 4 modelos de ensino híbrido com práticas sustentadas e práticas disruptivas. Os Modelos Sustentados combinam os recursos e benefícios do ambiente virtual de aprendizagem ou do ensino a distância com os benefícios e recursos da sala de aula tradicional. Já no modelo disruptivo, as práticas de ensino não incluem a sala de aula em sua forma plena.

Confira os detalhes de cada modelo a seguir:

1.      Modelo Rotacional

Neste modelo os estudantes de um curso ou matéria revezam entre modalidades de ensino em um roteiro estruturado ou a critério do professor, e sempre uma das modalidades será com o uso do ensino on-line. Este modelo tem 4 submodelos que são considerados mais fáceis de serem implementados, desde que o professor possa contar com os recursos digitais para planejar sua aula.

·         Rotação por estação

No modelo de rotação por estação os estudantes fazem o rodízio de acordo com uma agenda que o professor prepara com tarefas em várias estações de atividades, sendo que em uma destas estações os estudantes irão realizar atividades on-line. O professor pode trabalhar com grupos, promovendo a interação e colaboração entre os alunos.

·         Laboratório Rotacional

Neste modelo os alunos fazem um rodízio em pontos específicos de acordo com uma agenda de tarefas organizadas pelo professor, a rotação acontece entre a sala de aula e um laboratório de informática, onde os alunos realizam atividades individuais on-line.

·         Sala de aula invertida

No modelo de sala de aula invertida os alunos estudam em suas casas um conteúdo definido pelo professor, fazendo alguma atividade on-line e depois colocam em prática os assuntos em sala de aula, este modelo possibilita que os estudantes desenvolvam habilidades de pesquisa, pensamento crítico e tenham melhor compreensão sobre conceitos, adquirindo um aprendizado prévio e o consolidando em sala de aula.

·         Rotação Individual

É um modelo considerado disruptivo, pois não inclui a sala de aula tradicional em sua forma plena e tende a ser mais difícil para adotar e operar. Na rotação individual o aluno cumpre uma agenda individualizada e personalizada percorrendo várias estações com modalidades diferentes. O aluno tem uma agenda personalizada de acordo com perfil de aprendizado.

2.      Modelo Flex

No modelo de ensino híbrido flex, cada aluno tem uma agenda personalizada e pode direcionar seus estudos on-line de acordo com sua necessidade e também pelas estações e laboratórios da escola, os alunos não recebem um roteiro cronometrado para passar por estações como ocorre no modelo de rotação individual. Neste modelo os alunos tem flexibilidade para estudar e escolher as modalidades de acordo com seu perfil de aprendizado, não há divisão por séries e estudantes de séries diferentes podem aprender juntos.

3.      Modela à La Carte

O aluno tem papel de destaque e é responsável pela organização de sua agenda de atividades para cumprir os objetivos gerais de ensino definidos pelo professor. As atividades on-line e interativas podem ser feitas em sala de aula, no laboratório de informática da escola ou em casa.

4.      Modelo Virtual Enriquecido

É também considerado um modelo disruptivo e propõe que os alunos alternem entre as modalidades presencial e on-line, sendo que as atividades envolvem toda a escola. Neste modelo não exige a presença diária do aluno na escola, algumas escolas adotam a modalidade EAD e podem exigir a presença do aluno apenas alguns dias da semana.

 

Confira os cursos desenvolvidos pela Fundação Lemann sobre Ensino Híbrido

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  • Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Saiba mais sobre curso de 40 horas oferecido pela Coursera.
  • Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação (com tutoria). Saiba mais sobre o curso de 80 horas certificado pelo Instituto Singularidades.

Desafios para implementar o Ensino Híbrido

·         Papel do aluno

Os alunos antes com papel passivo, condicionados a receberem a informação e roteiro planejado pelo professor, agora no ensino híbrido precisam ser ativos, engajados e assumir responsabilidades; Para participar da construção de seu conhecimento o aluno é desafiado a desenvolver habilidades como a gestão de tempo para estudar, o pensamento crítico e a autoresponsabilidade;

·         Papel do professor

No ensino híbrido o professor assume mais o papel de mediador e coordenador. Além do desafio de saber lidar com os recursos tecnológicos, destaca-se a necessidade de fazer um planejamento de aula mais detalhado e também de adequar as atividades para o ambiente virtual de aprendizagem.

·         Papel das escolas e instituições de ensino

As escolas e instituições que se propõe a implantar o Ensino Híbrido precisam oferecer condições de tecnologia, acesso a internet rápida, adequar a estrutura de espaços e móveis. Além dos recursos físicos, os gestores tem o desafio de desenvolver programas que apóiem os professores, promovam a avaliação das práticas durante o processo e também a formação continuada dos docentes, para que possam beneficiar a aprendizagem dos alunos.

Com os conceitos acima buscamos demonstrar que é possível adotar inovações na educação usando o ensino híbrido, porém para que isso ocorra, os professores, o coordenador pedagógico e gestores devem estar engajados no processo, ao se pensar em inovar e colocar em prática esses modelos é importante que as ideias sejam construídas por esses gestores e educadores junto com os estudantes, e não impostas a eles.

E você que é educador ou estudante, acha que sua escola está preparada para implantar modelos de ensino híbrido?

Já participou de algum projeto pedagógico adotando práticas de ensino híbrido?

Compartilhe conosco!

Até logo!

comentários (2)

  • César Renato

    Olá.
    Meu nome é César, estou estudando para ser um futuro professor de história, se Deus assim permitir.
    Minhas dúvidas são: este tipo de ensino com maior autonomia dos alunos, não aumentará o número de evasão nas escolas? particularmente gostei deste método de ensino, mas pensando nas universidades em geral, estão prontas para preparar o futuro professor para este novo método de ensino?
    ficarei muito feliz caso obtenha o retorno do e-mail…muito obrigado pelo espaço!

    Responder
    • Ariovania Silva

      Olá, César. Tudo bem?

      Devido às mudanças tecnológicas, é muito importante atualizar os métodos pedagógicos e de ensino, a fim de preparar os alunos para o futuro. Assim, a ideia do ensino híbrido é mesclar conteúdos teóricos e práticos, por meio de diversos recursos tecnológicos que engajem os alunos no estudo, a distância ou presencial, como jogos, videoaulas e aplicativos.

      A sala de aula se torna mais atrativa e interativa, cujos alunos conseguirão fixar o conteúdo de diversos modos. Um dos objetivos do método é de, justamente, ajudar a diminuir o número de pessoas fora da escola. Atualmente, o intuito é elevar a imagem do professor como facilitador no ensino, aquele que estimula a autonomia do estudante no processo de aprendizagem, respeitando seu ritmo de estudo. Portanto, o papel do educador é fundamental para apresentar as ferramentas de desenvolvimento e orientar os discentes nos conteúdos escolares, acompanhando sua evolução, seja no estudo a distância ou presencial.

      O maior desafio, na verdade, é de capacitar o corpo docente e coordenadores para o uso das tecnologias e o desenvolvimento de metodologias ativas diversas.

      Um forte abraço e boa sorte, futuro professor!
      Canal do Ensino.

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