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Conheça 13 características do Classicismo que você deve saber para o vestibular

Olá,

Comuns nas provas de Língua Portuguesa em muitos vestibulares, as características dos movimentos literários devem ser estudadas com bastante atenção. Neste artigo, apresentamos treze características do Classicismo que você precisa saber para mandar bem no vestibular.

Vamos lá?

Classicismo

Classicismo

Fonte: Reprodução

O classicismo foi um movimento literário que ocorreu durante o Renascimento, daí ser também chamado de renascentista.

Posterior ao Humanismo, o Classicismo marca um momento de transição: fim da Idade Média, início da Idade Moderna.

Em literatura, quando falamos em Classicismo, referimo-nos ao fato de que a arte classicista era inspirada pelos clássicos greco-romanos, tidos como autores clássicos.

Diante disso, o Classicismo, portanto, foi um movimento em que os autores buscavam de certa forma imitar o modelo clássico de fazer arte.

Confira, a seguir, as principais características do movimento classicista:

Características do Classicismo

As características que mais marcaram o Classicismo foram:

  1. Imitação dos clássicos: essa característica foi responsável por dar nome a esse movimento. Como dissemos acima, os autores classicistas se inspiravam nos autores greco-romanos do período clássico, que eram tomados como modelo de perfeição estética.
  2. Obediência a regras: os autores classicistas, principalmente os poetas, ao seguir o modelo clássico, eram bastante rígidos no seguimento de regras estabelecidas para atingir o ideal artístico almejado por eles.
  3. Busca por perfeição formal: essa característica está intrinsecamente ligada à anterior. Essa busca se dá com o intuito de atingir a qualidade dos textos clássicos, tomados como modelos.
  4. Racionalismo: em detrimento da emoção, o autor classicista lançava mão do racionalismo, no qual ele racionalizava, pesava as coisas, até mesmo seus sentimentos.
  5. Equilíbrio: no classicismo era comum que os autores buscassem equilíbrio entre ideias opostas, por exemplo, entre a razão e a emoção.
  6. Impessoalidade: a racionalismo faz com que os autores busquem certa objetividade, tornando seus textos mais impessoais.
  7. Antropocentrismo: após o fim da idade média, e com o avanço científico pelo qual a humanidade passava, o homem passa a ser o centro do universo. Essa característica é importante devido ao seu contraste com o teocentrismo, comum na idade média. Enquanto que no teocentrismo Deus é o centro do universo, no teocentrismo há uma valorização do homem, tornando-o o centro.
  8. Universalismo: inspirada pelos autores clássicos, a arte classicista busca universalizar valores ideais, principalmente os valores do Bem, da Beleza e da Verdade.
  9. Presença de elementos mitológicos: como os autores clássicos eram tidos como modelo, e neles há grande presença de elementos mitológicos, esses elementos, consequentemente, eram comuns também nos textos classicistas.
  10. Personificação: a personificação é uma figura de linguagem em que se busca atribuir a seres inanimados ou a animais irracionais, características, ações, sentimentos ou pensamentos humanos.
  11. Antítese: figura de linguagem em que há contraste entre termos opostos ou antônimos, por exemplo, entre amor e ódio, paz e guerra, alegria e tristeza, etc.
  12. Paradoxo: figura de linguagem que representa a união de ideias contraditórias. Um exemplo bastante conhecido de paradoxo é a famosa frase, atribuída ao filósofo grego Sócrates, “Só sei que nada sei”. Perceba que ao dizer que nada sabe, o filósofo está contradizendo a ideia de que não sabe de nada.
  13. Metalinguagem: figura de linguagem em que uma linguagem faz alguma referência ou alusão à própria linguagem. Quando em um poema, por exemplo, o eu lírico se refere ao ofício da escrita ou ao ato de fazer versos, ele está usando a metalinguagem.

Exemplo de texto classicista

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

 

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

 

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.

 

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

 

Luís de Camões

 

Conclusão

Você viu, neste texto, 13 características do Classicismo. Agora, que tal resolver alguns exercícios para testar seus conhecimentos?

Um grande abraço e até a próxima!

Exercícios

1 – (IFSP 2013)  São características das obras do Classicismo:

a) o individualismo, a subjetividade, a idealização, o sentimento exacerbado.

b) o egocentrismo, a interação da natureza com o eu, as formas perfeitas.

c) o contraste entre o grotesco e o sublime, a valorização da natureza, o escapismo.

d) a observação da realidade, a valorização do eu, a perfeição da natureza.

e) a retomada da mitologia pagã, a pureza das formas, a busca da perfeição estética.

 

2 – (Insper 2012)  

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

muda-se o ser, muda-se a confiança;

todo o mundo é composto de mudança,

tomando sempre novas qualidades.

 

Continuamente vemos novidades,

diferentes em tudo da esperança;

do mal ficam as mágoas na lembrança,

e do bem (se algum houve), as saudades.

 

O tempo cobre o chão de verde manto,

que já coberto foi de neve fria, e, enfim,

converte em choro o doce canto.

 

E, afora este mudar-se cada dia,

outra mudança faz de mor espanto,

que não se muda já como soía*.

Luís Vaz de Camões

*soía: Imperfeito do indicativo do verbo soer, que significa costumar, ser de costume

 

Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o sentido dos versos de Camões.

a) O foco temático do soneto está relacionado à instabilidade do ser humano, eternamente insatisfeito com as suas condições de vida e com a inevitabilidade da morte.

b) Pode-se inferir, a partir da leitura dos dois tercetos, que, com o passar do tempo, a recusa da instabilidade se torna maior, graças à sabedoria e à experiência adquiridas.

c) Ao tratar de mudanças e da passagem do tempo, o soneto expressa a ideia de circularidade, já que ele se baseia no postulado da imutabilidade.

d) Na segunda estrofe, o eu lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada.

e) As duas últimas estrofes autorizam concluir que a ideia de que nada é permanente não passa de uma ilusão.

Gabarito

1 – E

2 – D

 

comentários (1)

  • Vera Lucia

    Interessantíssimas estes textos sobre literatura e redação enviados por vocês à nós professores, auxiliam, muito as aulas, inclusive particulares, facilitam a aprendizagem. Continuem enviando conteúdos diversos, estão ótimos.
    Atenciosamente,
    Vera Lúcia.

    Responder

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