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Como trabalhar com economia criativa? Veja o guia completo

Olá, leitor(a)!  

A revolução digital teve início entre os anos de 1950 e 1960, a partir do desenvolvimento de novas tecnologias. Desse período em diante, recursos e ferramentas passaram por um processo acelerado e contínuo de evolução, do mecânico para o analógico e, em seguida, para o digital. Com isso, surgiu a legítima preocupação de que as máquinas tomariam o lugar de muitos(as) trabalhadores(as), o que acarretaria a deterioração das condições de subsistência humana.  

O que aconteceu, entretanto, foi uma corrida para treinar o maior número possível de profissionais para manusear e administrar programas e equipamentos digitais. Tudo isso trouxe inúmeras mudanças econômicas e comportamentais, e padronizou o funcionamento de muitas atividades e serviços. A lógica da economia criativa nasce na contramão dessa dinâmica, resgatando a ideia de único e singular por meio da criatividade, mas sem ignorar a tecnologia. 

Para explicar melhor esse conceito e como trabalhar com ele, nós elaboramos um guia completo. Nele, divulgamos as áreas que mais têm se destacado na economia criativa, quais profissões vêm apresentando relevância no setor, dicas de como iniciar ou se manter nela e alguns conteúdos e materiais gratuitos para se aprofundar no tema com qualidade.  

Economia criativa e áreas de destaque 

Não é possível determinar uma data exata da primeira menção ao conceito de economia criativa, que teve alguns registros e usos feitos entre as décadas de 1980 e 1990.  Foi a partir da publicação dos estudos de John Howkins, contudo, que houve uma disseminação em massa dessa lógica. Formado em Relações Internacionais pela Universidade de Keele, no Reino Unido, ele escreveu o livro Economia Criativa – Como Ganhar Dinheiro Com Ideias Criativas (2001). 

Na obra, a economia criativa é concebida como um conjunto de ideias e empreendimentos que têm como base a inovação e a criatividade. Nessa dinâmica, qualquer produto criado ou atividade exercida requer um valor agregado envolvido. Assim, muito mais do que vender coisas, vende-se, principalmente, ideias. Por isso, inclusive, a economia criativa está quase sempre associada à arte e à cultura 

Embora essa lógica priorize as qualidades e as habilidades que apenas o ser humano consegue desenvolver, nela, a tecnologia é vista como grande facilitadora. Nesse sentido, empresas e profissionais precisam estar alinhados às novas e constantes mudanças e necessidades do mercado, sempre impactado pelo surgimento de recursos tecnológicos. Para mostrar como isso vem sendo feito, listamos algumas áreas que têm se destacado na economia criativa. Vejamos a seguir 

Artes 

Diretamente ligada ao mercado cultural, a área das artes é uma das que melhor representam a ideia de economia criativa, afinal, o valor do que é produzido nela está completamente fundamentado pela inovação. Comprovando a relação e mostrando como a área se sobressai nessa lógica, um estudo realizado pelo Observatório Itaú Cultural apontou que, em 2021, 40% dos empregos gerados pela economia criativa correspondiam a profissionais das artes cênicas e visuais.   

Audiovisual 

Essa mesma pesquisa identificou o aumento de 34% no número de trabalhadores(as) do audiovisual, setor que engloba cinema, música, fotografia, rádio e TV. Considerada também uma das principais áreas que movimentam a economia criativa, a mídia explora a produção intelectual como valor agregado. Assim, os conteúdos produzidos na área, sejam composições musicais ou textos jornalísticos, envolvem muito estudo e buscam criar relações com o público.  

Design  

Tendo em seu guarda-chuva diversos setores e profissões, principalmente os que envolvem novas tecnologias, Design também foi uma das áreas mais aquecidas em 2021, com 21% do total de novos(as) trabalhadores(as). Isso porque os serviços e produtos desenvolvidos no setor têm como prioridade oferecer as melhores experiências para seus consumidores e consumidoras, a fim de que eles(as) se mantenham fiéis. 

Gastronomia 

A gastronomia é a área que mais apresentou crescimento no último ano, sendo responsável por preencher 42% das mais de 850 mil vagas criadas pela economia criativa no período. Diferentemente do que se possa imaginar, os números desse setor não têm nada a ver com uma necessidade biológica do ser humano de se alimentar, mas sim com a busca por experiências gastronômicas. Dessa forma, usar a criatividade para a elaboração de refeições únicas e marcantes é essencial para a valorização dos produtos.   

7 importantes profissões da economia criativa 

Vale ressaltar que a lógica dessa economia prevê um sistema sustentável e capaz de diminuir as desigualdades sociais, afinal, acredita que sua principal fonte de manutenção é o capital humano com sua vasta capacidade de criação. Diante disso, elencamos 7 profissões que têm apresentado muita relevância na economia criativa e que podem inspirar nossos leitores e leitoras a iniciarem carreira nela. Vejamos:    

1. Agitador(a) cultural

A profissão de agitador(a) cultural pode ser exercida por diversos(as) profissionais dos setores artísticos: escritores(as), poetas, cantores(as), dançarinos(as) e muito mais. Contudo, o cargo não se limita a eles(as), qualquer pessoa que goste de arte e cultura e tenha interesse em promover ações que fortaleçam os setores pode investir na carreira. Basicamente, como o próprio nome já indica, esses(as) trabalhadores(as) são responsáveis por movimentar a cultura por meio de atividades recreativas e educativas 

2. Analista de negócios

Todas as profissões que envolvem economia criativa têm como característica comum a necessidade de formação contínua. Isso porque, para se manterem criativos(as), esses(as) profissionais precisam de constante estímulo e inspiração. Nesse sentido, o(a) analista de negócios vive estudando tendências e oportunidades que melhor se adéquem aos métodos e estratégias da empresa para a qual trabalha. O objetivo dele(a) é apresentar as melhores soluções de negócio para organizações e clientes.  

3. Chefe de cozinha

Essa profissão já é mais conhecida, principalmente após o sucesso de vários programas televisivos que têm como dinâmica a disputa de profissionais gastronômicos para ver quem cria as melhores refeições, como é o caso do MasterChef — com versões em diversos países. Para trabalhar na área, a pessoa interessada precisa conhecer diversas técnicas culinárias e ser muito criativo(a). Além de serem responsáveis por toda a equipe da cozinha, são esses(a) profissionais que estruturam todo o cardápio de um restaurante, por exemplo.  

4. Designer de games

Designer de games é um dos cargos mais promissores da atualidade. Isso porque o setor que acolhe esses profissionais vem abrangendo sua área de atuação, desenvolvendo jogos voltados não só para diversão, mas também para educação, estratégias de marketing e muito mais. Para ter um bom desempenho na função, é preciso adquirir competências de escrita, arte e programação. Por isso, inclusive, as pessoas que trabalham com a produção de games são consideradas profissionais criativos(as).  

5. Designer de moda

Esse(a) profissional pode ser responsável pela criação de diversos projetos e produtos da indústria da moda, como a concepção de roupas e a organização de eventos voltados para divulgá-las. Nesse sentido, é imprescindível se manter atualizado(a) quanto às últimas tendências e comportamentos da sociedade. Portanto, é mais um cargo que requer estudo constante e busca por atividades que estimulem a criatividade.  

6. Editor(a) de mídia eletrônica

Com o surgimento das redes sociais e as oportunidades de negócio que elas viabilizam, a demanda por profissionais que saibam administrar essas mídias tem crescido exponencialmente. Entre os cargos de maior destaque, encontra-se o(a) editor(a) de mídia eletrônica. Esse(a) profissional tem como principal responsabilidade a edição de imagens e textos, podendo trabalhar em jornais e revistas digitais, editoras de livros em mídia eletrônica, entre outros locais.  

7. Produtor(a) de conteúdo web

Assim como a profissão anterior, essa é mais uma de alta demanda e diretamente relacionada às redes sociais. Para agregar valor ao conteúdo que cria, o(a) produtor(a) web precisa não apenas dominar as habilidades de leitura e escrita, como também saber relacionar as expectativas da empresa para a qual trabalha com o público-alvo. A ideia é fornecer textos relevantes e atraentes, com responsabilidade e criatividade.  

5 dicas para trabalhar com economia criativa 

Agora que já explicamos do que se trata essa tal de economia criativa, quais áreas e profissões ela tem aquecido, trouxemos algumas dicas importantes para quem deseja iniciar projetos profissionais embasados nessa lógica. Vejamos:  

Como trabalhar com economia criativa? Veja o guia completo

Fonte: Reprodução

1. Definir área de atuação e propósito

Como ensina uma das passagens do livro Alice no País das Maravilhas (1865), de Lewis Carroll, qualquer caminho serve para quem não sabe onde deseja ir. Consequentemente, isso também nos alerta que, sem um objetivo, não chegamos a lugar algum. Por essa razão, é essencial identificar a área de atuação que mais tem a ver com seus gostos e habilidades e, depois, definir o seu propósito. Assim, sempre que possível, você poderá analisar o que tem dado certo e o que pode ser feito com essas informações.   

2. Conhecer e interagir com o público-alvo

Depois de ter escolhido a área de atuação e ter definido o motivo pelo qual você trabalha, conhecer e interagir com o público-alvo é fundamental para obter reconhecimento. Um bom exemplo disso são os podcasts, conduzidos a partir do interesse das pessoas sobre os assuntos abordados neles. Isso é medido não só pelos números conquistados, mas também por meio de pesquisas de pauta em redes de divulgação, que indagam os(as) ouvintes sobre quem ou o que desejam ver nos episódios.   

3. Investir em formação contínua

O professor e apresentador Leandro Karnal diz que “quanto mais você investir em educação, mais você conseguirá se adaptar a um mercado em mutação”. Essa é mais uma das ideias atreladas ao conceito de economia criativa, afinal, para ter capacidade de fazer coisas inovadoras, que não podem ser copiadas ou substituídas por máquinas, é preciso alimentar a mente constantemente. Logo, investir na formação contínua é muito importante para adquirir e renovar conhecimentos. 

4. Estimular constantemente a criatividade

Seguindo a mesma lógica, realizar atividades que estimulem a criatividade faz toda a diferença na hora de pensar e criar projetos, produtos, ações, entre outras coisas. Isso porque, como qualquer outra habilidade, a criatividade também pode, e deve, ser exercitada com frequência. Para começar, você pode explorar novas abordagens sobre temas pertinentes da área em que trabalha ou simplesmente reservar um tempo para conhecer novos lugares e buscar inspiração neles.  

5. Buscar sempre novos métodos e estratégias para não se acomodar

Ainda que nosso cérebro seja programado para repetir os mesmos hábitos e, assim, gastar menos energia, para se destacar na economia criativa, é fundamental não se acomodar naquilo que está posto. Mesmo que você esteja no auge da carreira, fazendo muito sucesso com aquilo que produz, em algum momento isso vai passar e você precisa estar preparado(a). Por isso, experimentar métodos e estratégias diferentes é uma maneira de treinar para novos desafios.  

5 conteúdos gratuitos para se aprofundar no tema 

Para quem se convenceu de que a economia criativa é um excelente caminho a ser percorrido e deseja conhecer com mais propriedade os assuntos que a envolvem, selecionamos 5 materiais on-line e gratuitos que abordam distintos aspectos da área. Vejamos 

1. Artigo sobre cultura e economia criativa no Brasil

Esse artigo foi escrito por Rayme Vasconcellos Soares, mestre em tecnologias aplicadas à bioenergia, e Dayvid Souza Santos, mestre e doutorando em engenharia de produção. Nele, a economia criativa é analisada a partir do seu potencial transformador, amparado por inclusão social, sustentabilidade, criatividade e empreendedorismo. Para conhecer as oportunidades e dificuldades para o desenvolvimento da área levantadas na pesquisa, clique aqui e inicie a leitura.  

2. Cartilha sobre microempreendedores(as) e economia criativa

Com o propósito de mostrar aos(às) profissionais da economia criativa os benefícios de se formalizarem enquanto MEI (Microempreendedor Individual), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae/CE) criou a cartilha O Microempreendedor Individual e a Economia Criativa. O material foi organizado pelo jornalista Carlos Henrique Camelo e traz conceitos, números e perspectivas que envolvem os dois temas. Clique aqui para ter acesso.  

3. Curso on-line gratuito do Sebrae

Além do conteúdo mencionado acima, o Sebrae, por meio de sua plataforma de cursos on-line, disponibiliza uma formação gratuita sobre economia criativa. Composta em formato de trilha, ela tem duração de 18 horas e foi produzida para ser acompanhada pelo WhatsApp ou pelo Telegram.  Se você deseja explorar suas habilidades inovadoras e investir no crescimento dos seus negócios por meio de atividades artísticas e culturais, clique aqui e se inscreva no curso.   

4. Documentário sobre economia criativa nas periferias de São Paulo

Produzido pela instituição de ativação social Cingulado, esse documentário analisa o impacto do projeto Empreendedorismo e Economia Criativa em Territórios Vulneráveis. O programa foi criado a partir de uma parceria entre o British Council e a Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADE SAMPA), com o intuito de oferecer treinamentos para empreendedores(as) periféricos(as). Para conferir os resultados disso, clique aqui e assista.   

5. Profissões da Economia Criativa

Por fim, recomendamos o site Profissões da Economia Criativa, que reúne diversos projetos e plataformas voltados para a divulgação de cargos e atividades da área. Entre os conteúdos, destacamos a websérie, também disponível no formato de podcast, apresentada por Thais Polimeni e Leonardo Cássio. Nela, são convidados(as) vários(as) profissionais da economia criativa, de diretor(a) musical à estilista de moda. Para conhecer todos os recursos e materiais do portal, clique aqui 

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