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Analfabetismo no Brasil: 9 estratégias para enfrentar esse desafio

Olá, leitor!

Você sabe em que pé está a situação do analfabetismo no Brasil? Os últimos dados do IBGE não são nada satisfatórios. Contudo, existem estratégias que podem ser usadas para tentar mudar esse quadro lamentável. Saiba quais são e como podemos caminhar para reverter essa situação.

A situação do analfabetismo no Brasil

analfabetismo no Brasil

Fonte: Reprodução

Segundo os dados do IBGE de 2016, ainda temos 11,8 milhões de analfabetos no Brasil, o que corresponde a cerca de 7,2% da população acima de 15 anos de idade. Embora o analfabetismo tenha sido reduzido na maioria dos estados, a meta do PNE (Plano Nacional de Educação) de superar o analfabetismo até 2024 não está em vias de ser alcançada.

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) também foi elaborada para servir de norte no combate ao analfabetismo funcional e ao analfabetismo pleno, mas, como os dados mostram, pouca coisa foi feita em relação a isso.

Alfabetização é um processo complexo, que envolve não  só saber ler e escrever algumas palavras, mas engloba, além do letramento e o conhecimento da linguagem matemática, a interpretação de textos e o desenvolvimento do raciocínio lógico.

Por isso, em 2012, foi criado o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), um acordo entre governo federal, estados e municípios para implementar projetos de acordo com a meta 5 do PNE: “alfabetizar todas as crianças no máximo até o terceiro ano do ensino fundamental”. Se você se interessou por essa proposta e deseja saber mais sobre analfabetismo funcional, que ocorre quando a pessoa sabe ler e escrever, mas não consegue interpretar os conteúdos, acesse esse artigo.

Veja a seguir algumas estratégias que poderão ser tomadas para mudar a situação de crianças, jovens e adultos analfabetos.

1- Foco nos anos iniciais

O grande desafio do século XXI é garantir a todos os brasileiros a alfabetização plena. Para isso, é necessário começar pelos anos iniciais, na educação infantil, já que é nessa época que as crianças terão as primeiras experiências com o mundo letrado e com as convenções sociais.

Observar como se dá a relação entre os pequenos, antes mesmo de haver interferência do professor, é importante para dar continuidade ao processo de aprendizagem. Como dissemos, alfabetização não é só letramento, mas também é o princípio para mais tarde aprender sobre ética e trabalho em equipe.

Por isso, o professor da educação infantil, entendendo essa necessidade, deve desenvolver com a turma atividades como contação de histórias, brincadeiras em grupo, criações artísticas, passeios fora da escola e jogos educativos, tanto físicos quanto digitais. Assim, ele estará utilizando uma estratégia para ampliar a alfabetização plena.

Leia também: Dicas para professores de  creche e um texto sobre artes na escola , que também trabalha pontos relacionados à legislação.

2- Qualidades do professor

Para reverter o quadro de analfabetismo no Brasil, é preciso que haja maior qualificação dos professores que se dedicam à alfabetização. O governo oferece caminhos com a formação continuada, mas isso não é o suficiente.

É interessante verificar em quais universidade há  projetos direcionados para melhorar a qualificação de professores da educação básica. Existem ainda cursos extras oferecidos online gratuitamente. Não deixe de pesquisar. Ainda nesse artigo, daremos sugestões de materiais de apoio disponíveis na internet para que você esteja sempre se atualizando.

 Leia também: O professor facilitador: como proporcionar a autonomia na aprendizagem e um artigo que fala sobre o papel do docente .

 3- Mudanças tecnológicas

Na educação atual, é extremamente necessário que se use a tecnologia em sala de aula. É verdade que nem todos têm acesso ao computador em suas casas. Porém, na maioria das cidades, existem locais que disponibilizam o acesso à internet, como Lan Houses e estabelecimentos comerciais.

Escolas públicas de grandes centros urbanos, muitas vezes conseguem ter computadores, internet e outros materiais tecnológicos em uma quantidade mínima para possibilitar seu uso. Não podemos garantir o mesmo para as escolas da periferia…

Faz-se necessário um trabalho conjunto entre a equipe profissional das escolas e os gestores das cidades, cobrando e fornecendo o material, além dos alunos, garantindo o bom uso e a conservação dos equipamentos.

Tendo os computadores e a internet, a equipe pedagógica poderá desenvolver atividades direcionadas à alfabetização, tanto para os pequenos quanto para os adultos. Assim, além de auxiliar na redução do analfabetismo funcional, estaremos evitando o analfabetismo digital em toda a comunidade escolar.

Leia também esse texto sobre ferramentas digitais para serem usadas em sala de aula e esse texto sobre como se tornar um professor  interativo.

4- Contextualização com a vida real

Os alunos não apenas absorvem o que é passado, mas também aprendem por meio das experiências que vivem no dia a diaPara a alfabetização, principalmente de adultos, essa forma de encarar a formação do saber é estritamente necessária, já que o adulto terá mais facilidade e gosto de aprender ao se deparar com conceitos que lhe são familiares.

Quando falamos de alfabetização, estamos falando da necessidade de desenvolver a interpretação de textos, o raciocínio lógico e a capacidade de solucionar problemas. Esse processo é iniciado na educação infantil e deve prosseguir  durante todos os anos letivos da educação básica, por meio de leituras, atividades com materiais audiovisuais, criação de dissertações, apresentação de trabalhos, pesquisas e estudos do meio.

Todos esses momentos são oportunidades riquíssimas para o desenvolvimento do conhecimento empírico, do senso crítico e da habilidade de resolver problemas individuais e em grupo, aspectos que ajudariam a acabar com o analfabetismo no Brasil. Contudo, ainda é preciso trabalhar a autonomia, a superação e a ética dos alunos.

Leia também este texto, que lhe ensina a levar o empreendedorismo para a sala de aula.

5- A necessidade da filosofia

Embora a Reforma do Ensino Médio coloque em discussão a obrigatoriedade de se aprender filosofia, não podemos descartá-la na construção da alfabetização funcional. Saber ler o seu mundo e interpretá-lo requer uma boa dose de conhecimento filosófico.

A filosofia costuma ser encarada como um assunto cansativo ou desnecessário. Porém, ela pode ser ensinada durante uma discussão sobre algo que tenha acontecido na escola ou no mundo. A maneira como esse debate for conduzido fará a diferença para atrair ou afastar o interesse dos alunos.

Em relação às crianças de séries iniciais, esse temas devem ser trabalhados em um nível de complexidade menor. Debates, por exemplo, poderão ser substituídos por conversas, filmes e atividades artísticas.

Leia também esse artigo, que traz dicas para motivar seus alunos, e esse texto, que indica 10 livros para auxiliar no desenvolvimento da criatividade nas crianças.

6- Trabalhar em conjunto com a família

Essa estratégia é essencial para o bom desenvolvimento da alfabetização, principalmente de crianças, mas também de adolescentes e adultos. É importante levar a família até a instituição de ensino, para que ela possa participar da educação de seus filhos.

Uma sugestão é possibilitar aos familiares o acesso ao material didático, para que o aprendizado da criança possa continuar em casa. Também é interessante oferecer para famílias que não terminaram os estudos a oportunidade de continuar seu aprendizado, sendo essa uma ótima estratégia para ajudar o adulto a voltar para a escola.

Veja também esse artigo sobre como os pais podem auxiliar na alfabetização de seus filhos.

7-Ensino a distância

Existem pessoas que dizem não ter tempo para estudar: trabalham o dia inteiro e quando chegam em casa, estão muito cansadas. Para elas, o ensino a distância é ideal para continuar os estudos, já que exige apenas o computador (em Lan Houses ou no próprio serviço, se não tiver em casa) e o acesso à internet. 

O papel do professor do outro lado da tela é ligeiramente diferente do desempenhado na sala de aula, em atividades presenciais. Por isso, é importante a qualificação do profissional de educação que trabalha com esse método de ensino.

A educação a distância poderá incluir encontros presenciais semanais ou mensais, para reforçar o apoio do professor ao aluno. Iniciar o processo de alfabetização por meio do ensino a distância é muito difícil, mas continuar e aprimorar o aprendizado com essa técnica é possível, principalmente no esquema que intercala aulas a distância com aulas presenciais.

Se você se interessou por essa proposta, leia também sobre a personalização na educação.

8- Políticas educacionais

Ampliar as políticas públicas em relação à educação é uma estratégia de diminuição do analfabetismo e deve incluir a criação de novos projetos e a reformulação dos que já estão vigentesAbrir espaço para ouvir os professores e os alunos também é essencial para a realização de políticas públicas eficientes em relação à educação.

9- Buscar conteúdo de apoio ao professor

Aqui, trazemos nossas dicas de material para ajudar os professores que desejam trabalhar com alfabetização:

1- Canal do Ensino:

2- Plataformas da Internet:

Essas foram nossas sugestões para desenvolver uma educação cujo foco é acabar com o analfabetismo no Brasil. Esperamos ter ajudado.

Boa sorte e até a próxima!

comentários (1)

  • Euclides de Oliveira Pinto Neto

    A partir das pesquisas de intenção de voto atribuídas a Bolsonaro, acredito que o índice de analfabetos no Brasil é superior a 50% da população.

    Responder

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