Você está aqui:Home » Cursos Grátis » Artes e Entretenimento » A origem do carnaval

A origem do carnaval

Olá, leitores!

Gosta de carnaval? Conhece tudo sobre a festa mais popular do Brasil? Então conheça aqui a origem do carnaval e ainda um centro de memória em que você pode pesquisar tudo sobre o evento que acontece no país geralmente em fevereiro.

São várias as versões sobre a origem da palavra Carnaval. No dialeto milanês, Carnevale quer dizer “o tempo em que se tira o uso da carne”, já que o carnaval é propriamente a noite anterior à Quarta-Feira de Cinzas. No Brasil, o evento é a maior manifestação de cultura popular, ao lado do futebol.

É um misto de folguedo, festa e espetáculo teatral, que envolve arte e folclore. Na sua origem, surge basicamente como uma festa de rua. Porém, na maioria das grandes capitais, acaba concentrado em recintos fechados, como sambódromos e clubes.

Como surgiu o carnaval

A origem do Carnaval vem de uma manifestação popular anterior à era Cristã, tendo se iniciado na Itália com o nome de Saturnálias – festa em homenagem a Saturno. As divindades da mitologia greco-romana Baco e Momo dividiam as honras nos festejos, que aconteciam nos meses de novembro e dezembro.

Durante as comemorações em Roma, acontecia uma aparente quebra de hierarquia da sociedade, já que escravos, filósofos e tribunos misturavam-se em praça pública. Com a expansão do Império Romano, as festas tornaram-se mais animadas e frequentes. Na época ocorriam verdadeiros bacanais.

No início da era Cristã, começaram a surgir os primeiros sinais de censura aos festejos mundanos na medida em que a Igreja Católica se solidificava. Querendo impor uma política de austeridade, a igreja determinava que esses festejos só deveriam ser realizados antes da Quaresma.

Os italianos adotaram, então, a palavra Carnevale, sugerindo que se poderia fazer Carnaval – “ou o que passasse pelas suas cabeças” antes da Quaresma, numa espécie de abuso da carne.

A festa chegou a Portugal nos séculos XV e XVI, recebendo o nome de Entrudo – isto é, introdução à Quaresma, através de uma brincadeira agressiva e pesada. O evento tinha uma característica essencialmente gastronômica e era marcado por um divertimento entremeado com alguma violência. Fazia-se esferas de cera bem finas com o interior cheio de água-de-cheiro e depois atirava-se nas pessoas.

Foi nessa época que o Entrudo foi trazido ao Brasil. Na segunda metade do século XIX, o jornal Diário da Bahia e a Igreja Católica criticavam e eram contra o Entrudo. Em 1853 a prática passou a ser reprimida com ordens policiais.

Em 1860 o Teatro São João, em Salvador, começou a realizar arrojados bailes de mascarados. Como esses bailes não estavam ao alcance de todos, nem de acordo com a moral de muitos, era necessário estimular a sua ida para a rua. O entrudo passou a ser substituído pelo carnaval. Os bailes passaram a se tornar cada vez mais de elite, com forte influência da nobreza europeia.

Ao mesmo tempo, palanques e bandas de música proliferavam na cidade. Surgiam também vários clubes uniformizados, como “Zé Pereira”, “Os Comilões” e “Os Engenheiros”.

O ano de 1884 é considerado como o marco decisivo para o Carnaval da Bahia. Embora a festa já possuísse considerável porte – principalmente nos salões – é nesse ano que teve início a organização dos festejos de ruas e os desfiles de clubes, corsos, carros alegóricos e de vários populares. A partir daí ocorre a intensificação da participação do povo e aclamação do Carnaval de rua, que até hoje caracteriza esta festa na Bahia.

Dois clubes carnavalescos, o Cruz Vermelha e o Fantoches, fizeram do carnaval ainda mais popular. A rivalidade entre eles e a posterior união de forças foi o início do que são os blocos hoje e o fim definitivo do entrudo.

O Primeiro Afoxé

Em 1895, os negros nagôs organizaram o primeiro afoxé, denominado “Embaixada Africana”, que desfilou com roupas e objetos de adorno importados da África.

Em 1949, ano do IV Centenário de fundação da cidade de Salvador, é fundado o afoxé mais famoso, o “Filhos de Gandhy” pelos estivadores do Porto de Salvador, como forma de homenagear o grande líder pacifista indiano assassinado em 1948, o Mahatma Gandhy.

O Trio Elétrico

Em 1950, a dupla elétrica formada por Adolfo Antônio Nascimento – Dodô – e Osmar Álvares de Macêdo – Osmar – resolveu restaurar um velho Ford 1929, guardado numa garagem. No Carnaval do mesmo ano, saiu às ruas tocando seus “paus elétricos” em cima do carro e com o som ampliado por alto-falantes.

O nome trio elétrico surgiu em 1951, quando, pela primeira vez, apresentou-se no Carnaval um conjunto de três instrumentistas. A “dupla elétrica” convidou o amigo e músico Temístocles Aragão para integrar o trio e tocar nas ruas de Salvador numa picape Chrysler, em cujas laterais se liam em duas placas: “O trio elétrico”.

Em 1988 pela primeira vez, um bloco afro de grande porte, o Olodum, desfila na Barra. O ano da comemoração alusiva ao centenário da abolição da escravatura no Brasil, cujo o tema foi “Bahia de Todas as Áfricas”.

Memória do carnaval

Foi criado no Rio de Janeiro o Centro de Memória do Carnaval. Tudo o que você precisa saber sobre a festa mais popular do Brasil está lá. Sua finalidade é servir de fonte de consulta a tudo que se relacione com o Carnaval no Brasil e no mundo, desde a origem da festa, há mais de seis milênios.

A Liga Independente organizou um banco de dados totalmente informatizado. Funciona no segundo andar do prédio da entidade (no centro do Rio de Janeiro), onde grupos de visitantes podem obter informações sobre desfiles das Escolas de Samba e outras manifestações carnavalescas.

São mais de 23 mil itens de consulta, reunidos em impressos (livros, revistas, jornais, boletins, etc.), fotos, gravuras, fitas de áudio e VHS, discos de vinil, CDs e DVDs.

O grande destaque do acervo são as coleções dos pesquisadores Amauri Jório e Hiram Araújo, reunindo a história das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, e a do antigo Museu do Carnaval, no Sambódromo, cedida pela Prefeitura do Rio.

O local dispõe de uma sala de projeção com 34 poltronas; duas salas para os arquivos do Departamento Cultural e um Núcleo de Informática para consulta e organização do banco de dados.

O Centro de Memória aceita doações de documentos (fotos, recortes, vídeos, etc.) que poderão ser copiados e incorporados ao acervo digital.

Centro de Memória do Carnaval

Avenida Rio Branco, 4 – 2º andar – Centro

Rio de Janeiro/RJ

Então, já sabe. Se precisar de qualquer tipo de material sobre a história do carnaval e tudo relacionado à festa, está lá no Centro de Memória.

Até mais.

Deixe um comentário

© 2012-2019 Canal do Ensino | Guia de Educação

Voltar para o topo