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A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo

Olá, leitor!

Publicado em 1844, A Moreninha, romance de Joaquim Manoel de Macedo, marcou o início da produção romanesca no Brasil, ou seja, foi o primeiro romance tipicamente brasileiro a ser publicado em nossa literatura, fato que muitas pessoas não sabem, pois existiam romances na época, contudo, baseados nos estilos europeus. A Moreninha foi o primeiro a caracterizar uma narrativa de acordo com as caraterísticas e costumes brasileiros de sua época, por isso, é considerado como o primeiro romance nacional.

A obra apresenta muitas características do movimento do Romantismo de sua época, pois apresenta uma linguagem simples, um pouco de suspense para prender o leitor e um típico final feliz, o que denota um romance clássico de um movimento recente para a literatura da época. O autor Joaquim Manuel de Macedo caiu no gosto do público, tanto que, conseguiu notoriedade dentre a corte carioca do século XIX.

A retratação dos hábitos burgueses da juventude carioca daquela época é feita de forma muito fiel e bem descrita, através de uma escrita leve e descomprometida, esse autor conseguiu cari rapidamente no gosto popular, chegando a atuar também , como ganhar bastante destaque, no teatro, escrevendo peças teatrais.

Outro fato curioso sobre Joaquim Manoel de Macedo é que ele tinha acabado de se formar em medicina quando publicou o romance A Moreninha, contudo, como o livro fez muito sucesso e os seus leitores pediam mais textos desse autor, Joaquim nunca chegou a exercer a profissão de médico, passando então a partir daí a somente viver da escrita, da literatura.

– Como quiserem, continuou Filipe, pondo-se em hábitos menores; mas, por minha vida, que a carraspana de hoje ainda me concede apreciar devidamente aqui o meu amigo Fabrício, que talvez acaba de chegar de alguma visita diplomática, vestido com esmero e alinho, porém, tendo a cabeça encapuzada com a vermelha e velha carapuça do Leopoldo; este, ali escondido dentro do seu robe-de-chambre cor de burro quando foge, e sentado em uma cadeira tão desconjuntada que, para não cair com ela, põe em ação todas as leis de equilíbrio, que estudou em Pouillet; acolá, enfim, o meu romântico Augusto, em ceroulas, com as fraldas à mostra, estirado em um canapé em tão bom uso, que ainda agora mesmo fez com que Leopoldo se lembrasse de Bocage. Oh! VV. SS. tomam café!… Ali o senhor descansa a xícara azul em um pires de porcelana… aquele tem uma chávena com belos lavores dourados, mas o pires é cor-de-rosa… aquele outro nem porcelana, nem lavores, nem cor azul ou de rosa, nem xícara… nem pires… aquilo é uma tigela num prato…

Resumo da Obra

A Moreninha

Fonte: Shutterstock

A Moreninha é um romance brasileiro que conta a história de amor entre Augusto e D. Carolina (A moreninha). A história começa quando Filipe convida os amigos augusto, Leopoldo e Fabrício para fugirem do cotidiano em San’tana, ele convidou amigos para passar o feriado na casa de sua avó.

Os quatro amigos vão passar o feriado viajando juntos, todos são estudantes de medicina e durante a viagem encontram D. Ana que é anfitriã da hospedagem deles, mais duas amigas e a irmã de Filipe. Augusto e Felipe haviam feito uma aposta, o trato era que se augusto não se apaixonasse por uma das meninas durante o passeio na ilha, Felipe teria que escrever um romance como pagamento pela perda da aposta, mas caso augusto se apaixonasse o mesmo seria obrigado a escrevê-lo.

Augusto tem uma fama de ser namorador e realmente sua fama se fazia justa, pois além de namorador era muito inconsequente, mas sua fama foi revelada para as moças durante um jantar, isso fez com que elas o desprezasse, a única que lhe deu alguma atenção foi Carolina.

Mas a solidão às vezes faz com que as pessoas revelem seus sentimentos para quem estiver mais próximo, no caso, D. Ana, ele revelou que sua inconstância nos relacionamentos se dava pelo fato dele ter tido muitas desilusões amorosas, tendo como principal um caso de infância. Ele contou que numa viagem que ele fez com sua família na infância, conheceu uma menina e ficou apaixonado por ela, ele ajudaram o senhor bem velho e para agradecer os dois, o velho presenteou augusto com um botão de esmeralda enrolado com uma fita branca e deu a menina um camafeu envolvido por uma fita verde. Augusto afirma que essa era a única lembrança que tinha da menina, pois, sequer perguntou seu nome.

Abado o fim de semana todos voltam a seus cotidianos e estudos, foi quando augusto percebe que sentiu saudades de Carolina e vai encontrar a moça na ilha.

O pai de Augusto era um homem muito exigente e acha que visitar a moça pode atrapalhar seus estudos e proíbe o filho de vê a moça.

O tempo passa e augusto decide voltar a visitar Carolina para se declarar para ela, mas ele se surpreende com a lembrança com o que ocorre, pois, Carolina o repreende por ele está quebrando a promessa feita à menina há muitos anos.

O mistério é desfeito quando Carolina mostra o seu camafeu a Augusto, ele ficou muito surpreso e para pagar a promessa escreve o livro intitulado de “A Moreninha”.

Sempre com sua imagem na minh’alma, com seu engraçado sorriso diante de meus olhos, com suas sonoras palavras soando a meus ouvidos, passei cinco anos pensando nela de dia, e com ela sonhando de noite; era uma loucura, mas que havia eu de fazer?…Cheguei assim aos meus dezoito anos.
Eu já era, pois, mancebo. Meus pais nada poupavam para me educar convenientemente: aprendia quanto me vinha à cabeça: diziam que minha voz era sonora, e por tal convidavam-me para cantar em elegantes sociedades; julgavam que eu dançava com graça e lá ia eu para os bailes; finalmente, como cheguei a fazer algumas quadras, pediam-me para recitar sonetos em dias de anos, e assim introduziram-me em mil reuniões, onde as belezas formigavam e os amores eram dardejados por brilhantes olhos de todas as cores. Além disto freqüentava as casas de meus companheiros de estudos e os ouvia contar proezas de paixões, triunfos e derrotas amorosas. Meu amor-próprio se despertou; tive vontade de amar e ser amado.

Estrutura da Obra

A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, é um romance com cerca de 100 páginas, estruturado em um Epílogo e mais 23 capítulos, sendo eles:

  • Aposta Imprudente;
  • Fabrício em Apuros;
  • Manhã de Sábado;
  • Falta de Condescendência;
  • Jantar Conversado;
  • Augusto com seus Amores;
  • Os Dois Breves, Branco e Verde;
  • Augusto Prosseguindo;
  • A Sra. D. Ana com suas Histórias;
  • A Balada no Rochedo;
  • Travessuras de D. Carolina;
  • Meia Hora Embaixo da Cama;
  • Os Quatro em Conferência;
  • Pedilúvio Sentimental;
  • Um Dia em Quatro Palavras;
  • O Sarau;
  • Foram Buscar Lã e Saíram Tosquiadas;
  • Achou Quem o Tosquiasse;
  • Entremos nos Corações;
  • Primeiro Domingo: Ele Marca;
  • Segundo Domingo: Brincando com Bonecas;
  • Mau Tempo;
  • A Esmeralda e o Camafeu.

Relevância da Obra

A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, possui uma grande relevância literária devido a duas características principais: a primeira, devido ao fato de ter inaugurado e consolidado o romantismo brasileiro e ser o primeiro romance nacional a falar sobre nossos costumes, nossos povos, nossa sociedade; segundo, devido ao fato de, mesmo se tratando de uma obra romântica, retratou com fidelidade a juventude carioca da época, tornando-se também um importante relato da sociedade daquela época.

Contexto Histórico

Além de ser considerado o primeiro romance originalmente brasileiro da história, A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, também é o primeiro romance a retratar um período histórico brasileiro através da literatura, ou seja, através da escrita desse autor, podemos perceber ao ler o livro como se comportava e qual eram os pensamentos da juventude carioca daquele período, bem como, analisar os costumes e tradições da sociedade carioca do século XIX.

Personagens da Obra

Os personagens de A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, são:

  • Filipe: um grande amigo de Augusto, estudante de medicina, ele é responsável pelo convite para ir a Ilha, passar o feriado na casa da avó.
  • Leopoldo: é sempre o mais animado dos amigos de Augusto, ele assim como Filipe ele também é estudante de medicina.
  • Augusto: é muito inconstante nos seus relacionamentos amorosos, se apaixona com facilidade, mas tem a mesma facilidade para mudar de opinião com relação a suas paixões, ele é volúvel.
  • Fabrício: é um rapaz egoísta e mesquinho com as mulheres que se relaciona, ele pede até a ajuda de Augusto para se livrar de Joaquina.
  • Joaquina: uma menina loura de olhos bem azuis e pele clara, também era prima de Filipe.
  • Joana: é uma moça de dezessete anos, pálida com olhos e cabelos muito pretos, é a prima pálida de Filipe.
  • Ana: era uma dona de casa, uma senhora de sessenta anos de idade, morava na ilha, ela criou sua neta com muito amor após a menina ficar órfã, a chamava de Moreninha.
  • Moreninha: uma menina agitada, brincalhona, tinha quatorze anos.
  • Violante: era uma senhora típica de interior que só fala de doenças e faz lamentações, era amiga de D. Ana.

Minha tristeza, meu abatimento deu nos olhos da digna, jovial e espirituosa esposa de um de meus bons amigos. Ela me pediu que lhe confiasse as minhas penas e eu não pude deixar de relatar estes três fatos à consorte de um caro amigo.

A única consolação que tive foi vê-la correr para o piano, e ouvi-la cantas as seguintes e outras quadrinhas musicadas no gosto nacional:
I
Menina solteira
Que almeja casar,
Não caia em amar
A homem algum;
Nem seja notável
Por sua esquivança,
Não tire a esperança
De amante nenhum.
II
Mereçam-lhes todos
Olhares ardentes;
Suspiros ferventes
Bem pode soltar:
Não negue a nenhum
Protestos de amor;
A qualquer que for
O pode jurar.
III
Os velhos não devem
Formar exceção,
Porquanto eles são
Um grande partido;
Que, em falta de moço
Que fortuna faça,
Nunca foi desgraça
Um velho marido.
IV
Ciúmes e zelos,
Amor e ternura,
Não será loucura
Fingida estudar;
Assim ganhar tudo
Moças se tem visto;
Serve muito isto
Antes de casar.
V
Contra os ardilosos
Oponha seu brio:
Tenha sangue-frio
Pra saber fugir;
Em todos os casos
Sempre deve estar
Pronta pra chorar,
Pronta pra rir.
VI
Pode bem a moça,
Assim praticando,
Dos homens zombando,
A vida passar;
Mas, se aparecer
Algum toleirão,
Sem mais reflexão,
É logo casar

Biografia de Joaquim Manoel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo foi o autor da obra A moreninha, que é considerado o primeiro romance verdadeiramente nacional brasileiro que teve sua representatividade na nossa literatura. Ele desenvolveu muitas funções na vida, foi professor de História Brasileira no Colégio Pedro II, foi preceptor dos netos do imperador Pedro II. Formado em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, nasceu na cidade de Itaboraí no Rio de janeiro no dia 24 de julho ano de 1820 e faleceu em 1882.

Embora tenha formação na área da saúde, mesmo médico optou por não atuar na literatura, ele foi seduzido pelo magistério e pela carreira literária, pois, era o que o fazia feliz e realizado.

É incrível notar na obra de Macedo todo seu esquema de desenvolvimento dos romances considerados os iniciais, que continham tramas fáceis, com uma linguagem de muito fácil entendimento, a obra mostra bem os costumes, festejos e tradições da sociedade do Rio de Janeiro naquele período, conta uma história com pequenas intrigas de amor, existe um mistério meio inocente, e é claro que não poderia faltar um final feliz, que caracterizada de forma concisa a palavra romance.

Com o romantismo brasileiro nasce também a prosa de ficção brasileira, Joaquim de Macedo conseguiu com A Moreninha seu primeiro sucesso, a obra foi de grande aceitação na sua época e é referência até hoje, sendo citada como a primeira obra do Romantismo.

Joaquim de Macedo era teatrólogo e poeta, ele era detentor de um talento muito peculiar e tinha grandes recursos em sua escrita, ele produziu inúmeros trabalhos tanto como poeta como teatrólogo, isso sem falar de sua vasta coleção de trabalhos como romancista, tudo isso lhe rendeu uma colocação entre os melhores prosadores do Brasil.

Macedo também se arriscou em outros gêneros e se deu bem, escreveu Noções de Corografia do Brasil (didático), Lições de História (didático), Efemérides históricas do Brasil, mulheres célebres dentre outros. Após seu falecimento ainda foi publicada uma obra de sua autoria, com o título Amores de um médico.

Joaquim Manuel de Macedo fez historia na literatura brasileira, tanto que, é o patrono da cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras, ele trouxe para a literatura brasileira uma nova forma de escrita, um novo olhar e percepção sobre o amor e a sociedade.

Mesmo sendo um autor que estava imerso na classe média carioca sempre fez sua obra de forma independente das opiniões alheias, tanto que, trouxe para a literatura brasileira uma nova forma de leitura e escrita, foi a partir dele que conhecemos os romances e seus amores, esse movimento foi bem aceito na sociedade da época, mas poderia não ter sido assim, pois, se tratava de uma nova forma de escrever.

Estava o nosso estudante sonhando que certa pessoa, de quem ele teve até aborrecimento e que agora começa com os olhos travessos a fazer-lhe cócegas no coração, vinha terna e amorosamente despertá-lo; que ele fingira continuar a dormir e ela se sentara à sua cabeceira; que traquinas como sempre, em vez de chamá-lo, queria rir-se, acordando-o pouco a pouco; que, para isso, aproximava seu rosto do dele, e, assoprando-lhe os lábios, ria-se ao ver as contrações que produzia a titilação causada pelo sopro; que ele, ao sentir tão perto dos seus os lindos lábios dela, estava ardentemente desejoso de furtar-lhe um beijo, mas que temia vê-la fugir ao menor movimento; que, finalmente, não podendo mais resistir aos seus férvidos desejos, assentara de, quando se aproximasse o belo rosto, ir de um salto colher o voluptuoso beijo naquela boquinha de botão de rosa; que o rosto chegou à distância de meio palmo e… (aqui parou o sonho e principiou a realidade) e ele deu um salto e, em lugar de pregar um terno beijo nos lábios de D. Carolina, foi, com toda a força e estouvamento, bater com os beiços e nariz contra a testa de Fabrício; e como se o colega tivesse culpa de tal infelicidade, deu-lhe dois empurrões, dizendo:

– Sai-te daí, peste!… ora, quando eu sonhava com um anjo, acordo-me nos braços de Satanás!…

Análise da Obra

A obra romancista A Moreninha é sem dúvidas considerado um clássico da literatura brasileira, até por ser de certa forma um movimento de vanguarda ao menos aqui no Brasil e representa uma narrativa romântica com ambientes e características nacionais.

Os movimentos literários tinham muita influencia na Europa, o Romantismo também exercia também sua força dentre esses movimentos. A Moreninha pode ser considerada a obra que iniciou o movimento do Romantismo puramente brasileiro.

É notável na obra as características de sua época, pois, o livro mostra organizacionalmente e estruturadamente como se comportava e se formava a sociedade do século XIX no Rio de Janeiro.   Tudo era feito de acordo com o seu tempo, as tradições, os bailes e até a inocência dos flertes.

Dentro da obra é possível notar fatos do folclore brasileiro como, por exemplo, a lenda da gruta, conta essa lenda que uma moça se apaixonou por um índio, mas infelizmente não foi correspondida, então, ela se transformou em uma fonte que corre pela gruta.

Existem muitas características que definem um romance, uma das principais é idealização do amor puro e verdadeiro, que nasce na infância e dura independente do tempo, isso faz com que a obra seja considerada romântica, além disso, existem outras características que se enquadram como românticas, como por exemplo, o sentimentalismo exacerbado, caracterização de locais de natureza como a Ilha, o mar e a gruta, tudo isso faz com que se monte um cenário romântico para o casal Carolina e Augusto.

Dentro da obra é notável a presença do popular através de uma linguagem simples e de fácil entendimento. Em terceira pessoa com o narrador onisciente, o romance acontece em um tempo determinado e com o tempo cronológico de três semanas e meia, esse é o tempo necessário para que a obra se desenrole.

Uma característica do Romantismo que permanece até hoje é o final feliz, esse também foi como o final de A moreninha, existe também presente na obra um suspense que deu a obra uma repercussão imensa na sua época.

Se houve alguém que quisesse servir a D. Quinquina ou se foi ela mesma quem pôs a carta anônima no bolso da jaqueta de Augusto, é coisa que pouco interesse dá; o certo é que o estudante, indo tirar o lenço para assoar-se, achou o interessante escritinho; então correu logo para um lugar solitário, e só depois de devorar o convite sem assinatura foi que lembrou-se que ainda não se havia assoado e que o pingo estava cai não cai na ponta do nariz; enfim, ainda com o lenço acudiu a tempo, e depois entendeu que, para melhor decidir o que lhe cumpria fazer naquela conjuntura, deveria avivar o cérebro, sorvendo uma boa pitada de rapé. Portanto, lançou a mão ao segundo bolso de sua jaqueta, e eis que lhe sai com a caixa do bom Princesa um outro escritinho como o primeiro.
– Bravo! exclamou o nosso estudante; temíveis mãozinhas seriam estas, se se dessem ao exercício não de encher, mas de vazar as algibeiras da gente.

Narrador, foco narrativo e linguagem

O foco narrativo da história é em terceira pessoa, narrador através de um narrador que tem nos mostra todos os detalhes acerca das personagens, inclusive seus pensamentos mais íntimos, o que o caracteriza como um narrador observador onisciente, ou seja, um narrador heterodiegético.

A linguagem é marcada por o uso de palavras e expressões difíceis, corriqueiras naquela época, ou seja, comum no uso da sociedade. A influencia da sociedade europeia também pode ser percebida através da linguagem, pois, ao decorrer da história, facilmente se percebe a utilização de palavras e expressões estrangeiras, hábitos que a alta sociedade carioca gostava de manter para se darem ares de europeu.

Tempo e Espaço

O espaço e o tempo estão interligados nesse romance, pois ambos faze parte da importância desse livro. Sendo assim, a história é ambientada no de Janeiro do século XIX, caracterizado por uma sociedade carioca ainda muito influenciados pelos gostos e costumes europeus e ainda em progresso e desenvolvimento, ou seja, uma cidade em expansão.

Nesse contexto, percebe-se que o tempo e o espaço estão interligados nessa obra devido ao feto de que o tempo era de desenvolvimento, de progresso, e o espaço estava em constante mudança e evolução juntamente com esse tempo. Tudo isso pode ser percebido ao decorrer da leitura de A Moreninha, mesmo que esse não seja o foco do livro e isso seja passado de uma forma sútil.

Intertextualidade

A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, tem tanta importância na literatura brasileira, sendo uma história de tanto sucesso, que é possível encontrar diversas edições do livro, bem como, opções de áudio-livro.

Além disso, a história foi adaptada para o cinema, em 1970, transformando esse romance num roteiro adaptado e dirigido por Glauco Mirko Laurelli, contando em seu elenco com alguns nomes de peso da atuação naquela época, tais quais: Sônia Braga, Nilson Condé, David Cardoso e outros.

Em 1975, a obra ganhou uma adaptação para telenovela, sendo exibida no horário das 18 horas, na emissora de TV conhecida como Rede Globo, sendo assinada por Marcos Rey, importante diretor, escritor, dramaturgo e teledramaturgo da época, contando com as atuações de Nívea Maria, Mario Cardoso e Henriqueta Brieba.

– É verdade, disse; não é a minha cabeça: a causa está no coração. Leopoldo, tenho tido pejo de te confessar, porém não posso mais esconder estes sentimentos que eu penso que são segredos e que todo o mundo mos lê nos olhos! Leopoldo, aquela menina que aborreci no primeiro instante, que julguei insuportável e logo depois espirituosa, que daí a algumas horas comecei a achar bonita, no curto trato de um dia, ou melhor ainda, em alguns minutos de uma cena de amor e piedade, em que a vi de joelhos banhando os pés de sua ama, plantou no meu coração um domínio forte, um sentimento filho da admiração, talvez, mas sentimento que é novo para mim, que não sei como o chame, porque o amor é um nome muito frio para que o pudesse exprimir!… Eu a mim não conheço… não sei onde irá isto parar… Eu amo! ardo! morro!

Até a próxima!

comentários (1)

  • Maria Do Amparo Gomes Araujo

    Esse trabalho tem uma relevância de grande importância para o ensino médio, gostaria muito se possível receber Cinco Minutos, de José de Alencar – Recordações do Escrivão Isaías Caminha,Lima Barreto, O Moço Loiro de Joaquim Manoel de Macedo, Infância de Graciliano Ramos,Seara Vermelha, de Jorge Amado.
    Fico bastante grata
    Amparo Gomes

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