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7 sugestões para combater o etarismo no mercado de trabalho

Olá, leitor(a)!  

José Saramago é considerado um dos mais talentosos escritores da história, chegando a ganhar o primeiro Prêmio Nobel de Literatura concedido a uma obra em língua portuguesa, mas foi só aos 60 anos que ele encontrou seu estilo de escrita e passou a se destacar na cena literária. Assim foi também para John Pemberton, farmacêutico que aos 55 anos inventou a fórmula da bebida que seria uma febre mundial, a Coca-Cola. 

A lista de pessoas que alcançaram grandes feitos ou mudaram de carreira — e só assim foram bem-sucedidas — depois dos 40 anos é longa e serve para nos mostrar que a idade não deve ser vista como um impeditivo para criar coisas novas, pleitear vagas de emprego ou iniciar uma faculdade. Pensando nisso, nós reunimos 7 sugestões para combater o etarismo no mercado de trabalho 

A importância de combater o etarismo e por que promover a diversidade  

A expressão “etarismo” (ou “ageismo”) foi usada a primeira vez pelo gerontólogo Robert N. Butler e faz referência ao preconceito baseado em estereótipos de idade. Essa discriminação acaba excluindo pessoas mais velhas de diversos ambientes, como o mercado de trabalho, e limitando o que esse público pode ou não fazer a partir do número de anos vividos — como se, depois de atingir determinada idade, não houvesse mais nada a ser feito ou experienciado.

Entretanto, conforme estima projeção realizada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060 a população com idade superior a 60 anos será maioria. Isso porque a expectativa de vida tem melhorado muito nas últimas décadas, fazendo com que pessoas mais velhas desfrutem de ainda mais tempo de vida.   

Nesse sentido, torna-se urgente rever os conceitos e “pré-conceitos” que temos com relação à idade. Afinal, diferentemente do que fomos levados(as) a acreditar, o processo de envelhecimento é muito heterogêneo e o acesso à saúde e às novas tecnologias têm contribuído muito para isso. Há muitas pessoas acima dos 50 anos que se sentem plenamente aptas para competir em pé de igualdade com profissionais mais novos(as), mas é preciso que o acesso ao mercado de trabalho seja garantido.  

Promover a diversidade etária traz muitos benefícios para as empresas, pois profissionais mais velhos(as) possuem uma enorme experiência de mercado e de vida, proporcionando olhares assertivos sobre situações que provavelmente já vivenciaram sob outros moldes. Por isso mesmo, podem contribuir imensamente para a ascensão de empresas e colegas. 

7 sugestões para combater o etarismo no mercado de trabalho 

Por isso, e para tornar os ambientes corporativos cada vez mais ricos e diversos, selecionamos 7 sugestões que vão ajudar a combater o etarismo no mercado de trabalho e possibilitar que o público mais velho continue compartilhando conhecimento e oferecendo excelentes serviços. Vejamos a seguir:  

7 sugestões para combater o etarismo no mercado de trabalho

Fonte: Reprodução

1. Implementar políticas de inclusão etária

Não há nada mais eficaz para a inclusão de pessoas mais velhas no mercado de trabalho que implementar políticas internas que estabeleçam a contratação de profissionais acima de 50 anos. O compromisso com a equidade etária deve sair do campo do discurso e se efetivar na ação, para isso, é importante que empresas garantam espaço para essas pessoas.  

2. Flexibilizar a carga horária

A população idosa, que pode ser configurada de diversas maneiras, geralmente requer um cuidado maior com a saúde, exigindo, assim, um estilo de vida diferente do de pessoas mais jovens. Portanto, é importante que haja uma flexibilização na carga horária dessas pessoas, com um regime de trabalho que possibilite ou mantenha a qualidade de vida.  

3. Adaptar o ambiente de trabalho

Para pessoas acima dos 60 anos, a mobilidade pode se tornar um entrave, contudo, isso não necessariamente acarreta implicações no desempenho delas. Nesse caso, uma ação importante é proporcionar espaços físicos acessíveis. No regime de trabalho remoto, as dificuldades com a tecnologia também podem ser um problema, uma solução é treinar essas pessoas, caso já não estejam habituadas, para as dinâmicas virtuais.  

4. Oferecer cursos e treinamentos

A dica anterior levanta uma questão importante e que também deve ser uma preocupação de gestores(as) e donos(as) de empresas comprometidos(as) com a inclusão etária: a capacitação constante. É comum que jovens estejam mais familiarizados(as) com as tecnologias e tenham mais facilidade em manejá-las. Entretanto, isso não significa que pessoas mais velhas não possam usá-las com eficiência, logo, é preciso oferecer cursos e treinamentos que as auxiliem nesse processo. 

5. Estimular a interação entre diferentes faixas etárias

O espírito competitivo pode trazer inúmeras vantagens para as empresas, mas é a capacidade de unir esforços e talentos em prol de um mesmo objetivo que multiplica esses benefícios. Nesse sentido, estimular a interação e a integração entre pessoas de idades diferentes, de forma horizontal, ou seja, sem que ninguém seja visto como melhor ou mais importante, possibilita uma troca de experiências e respeito que melhoram o ambiente. Além disso, aumenta a confiança no trabalho uns dos outros e, consequentemente, possibilita serviços com ainda mais qualidade e relevância.   

6. Promover uma comunicação antietarista

Para trabalhar com autonomia e vontade, é preciso sentir que o lugar em que se está respeita suas diferenças e valoriza sua individualidade acima de qualquer número. Expressões que menosprezem a idade do(a) outro(a) podem ferir a autoestima e afetar o desempenho no ambiente de trabalho. Por isso, é importante promover a conscientização sobre termos e frases pejorativas, como: “esqueceu de novo, isso é coisa da idade”, “estou velho(a) demais para aprender”, “você está muito bem, nem aparenta a idade que tem”, entre outras.  

7. Criar programas de valorização da diversidade

Por fim, e em consonância com todas as sugestões anteriores, a criação de programas que valorizem a diversidade, principalmente em relação à idade, é muito importante para que pessoas maiores de 50 anos sintam que são relevantes e que podem fazer a diferença no mercado de trabalho. Nesse sentido, desenvolver oficinas em que eles(as) possam compartilhar suas experiências e delegar projetos que envolvam suas trajetórias e vivências já seriam bons pontapés iniciais.  

Conteúdo extra 

Para quem deseja se aprofundar no tema e desmistificar os estereótipos criados sobre o processo de envelhecimento, o curso “Como estamos envelhecendo?”, disponível no Sesc Digital, é uma excelente oportunidade. Apresentado pela celebrada atriz e cantora Zezé Motta, hoje com 77 anos, o conteúdo é composto por 6 aulas:  

  • Aula 1: O envelhecimento no Brasil e no mundo; 
  • Aula 2: A cultura do envelhecimento que valoriza o idoso; 
  • Aula 3: Acessibilidade como fator de inclusão da pessoa idosa na sociedade; 
  • Aula 4: Novos papéis sociais;  
  • Aula 5: Diversidade na velhice; 
  • Aula 6: Autonomia e independência.  

Seguindo as diretrizes do TSI (Trabalho Social com Idosos), projeto que promove atividades com o objetivo de viabilizar um envelhecimento ativo e valorizado, a formação on-line gratuita conta com material de apoio, como apostila, entrevista e depoimentos. Para obter mais informações e se inscrever, clique aqui 

Para construirmos um mundo acessível é preciso que diferenças e experiências sejam valorizadas, não é mesmo? Por isso, queremos saber como foi para você ler este texto e qual ou quais sugestões acredita que devem ser colocadas em prática o quanto antes. 

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Obrigada pela leitura e até o próximo texto!  

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