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7 dicas para aprender um idioma realmente difícil

Oi pessoal!

É muito comum aqui no Brasil vermos as pessoas aprenderem inglês, espanhol, francês, italiano, e para os mais ousados línguas como o alemão ou o japonês, e outras línguas.

O espanhol, o francês e o italiano são mais simples para nós por serem línguas derivadas do latim, assim como o português. O inglês já é um pouco diferente, principalmente no sotaque e pronúncia das palavras, mas pelo fato de ter diversas palavras latinas e hoje termos uma mídia onde essa língua é extremamente difundida, é fácil desenvolvermos parâmetros ou mesmo aprender passivamente (ouvindo e lendo).

Agora, para quem já teve experiências mais “complexas”, sabem que as coisas não são fáceis quando se trata de aprender línguas totalmente diferentes do português e “teacher” nenhum vai fazer milagres. Aqueles que já aprenderam línguas como o húngaro, árabe, russo, tailandês, dentre outras, sabem perfeitamente disso.

E aí, como fazer esse “zum zum zum” macarrônico se transformar em comunicação? Seguem 7 dicas para nossos heróis linguísticos:

1. Crie uma lista de seu próprio vocabulário

Quando você for aprender essa língua nova, é provável que você não saberá sequer uma só palavra. Faça portanto uma “lista de suas próprias palavras” na medida em que você for aprendendo, sem a tradução do português, para ficar mais desafiador (e de castigo, ter de consultar o dicionário ou caderno por ter esquecido o significado da tal palavra). Escreva todas as palavras à lápis em papel, nada de computador (depois isso será melhor explicado).

Pelo menos uma vez a cada dia (ou uma frequência aproximada disso), dê uma olhada na lista e coloque um pontinho ao lado caso você saiba. Se não souber, faça uma cruzinha e procure o significado da palavra. Quando a palavra somar entre 7 e 10 pontos, você pode considerá-la aprendida e focar nas palavras mais novas da lista.

Enumere as palavras uma por uma para acompanhar a evolução. Você vai perceber que do 100, pro 200, até o 500, você vai entender cada vez mais e se surpreenderá. Complete a lista até o número em que você se sentir confortável para comunicar e entender tudo o que julgar necessário. Acredito que 2.000 já seja um número excelente para qualquer língua.

Guarde a lista até o resto da sua vida e vai incrementando-a com o novo vocabulário que for aprendendo.

2. Seja curioso

O que justifica uma língua existir é o seu povo e sua cultura. No começo será muito difícil para você pesquisar sobre o país e sobre o povo na língua própria deles. Caso seja essa a realidade, faça em português as demais línguas que você saiba pela internet/ mídias/ contatos pessoais para se aproximar dessa realidade. Conhecimentos de Geografia, História e Cultura irão te aproximar dos falantes nativos e, consequentemente, da língua.

3. Use as diferentes inteligências

Teorias científicas comprovam que as pessoas possuem inteligências múltiplas (visual, lógica, musical, verbal/linguística, intra e interpessoal, espacial, corporal, etc…) e cada pessoa pode ter talentos no desenvolvimento de uma ou várias delas. Para obter sucesso no aprendizado dessas línguas, nada melhor que usar todas elas o quanto puder. Seguem dicas para algumas delas:

  • Visual: Visualize os objetos/fatos quando diz uma palavra; Escreva-a com punho próprio (nada de computador nessa hora);
  • Musical: Ouça músicas da língua, traduza o que for possível. Cante sem vergonha, pelo menos quando estiver sozinho. Essa é uma forma divertida e você se aproxima da cultura por conhecer os artistas que esse povo costuma ouvir, além de melhorar o sotaque e pronunciação;
  • Intrapessoal: Quando estiver sozinho(a) e pensando, use a língua quando souber formular uma frase que estiver pensando, ou invente frases que façam sentido para você. Não se preocupe com os erros, corrija-os posteriormente caso necessário;
  • Corporal: Nós falamos com o nosso corpo todo e não só com a língua, além do que o primeiro ser em muitos casos mais expressivo que o segundo. Quando estiver convivendo com nativos, observe atentamente os gestos e palavras que usam para os momentos, as entonações e o contexto. A linguagem corporal é mais primitiva que a falada, portanto ela já serviu e ainda serve de comunicação em diferentes aspectos. Quando aprender uma palavra/expressão nova, use não só o seu cérebro para memorizar, mas também use o punho para escrever e a língua para falar, ativando assim as redes neurais da mão e da língua, além das demais expressões que aprendemos com o convívio.

4. Pedras no caminho

Isso mesmo, bem vindo à realidade ! Nessas horas é necessário ter bastante paciência. Enquanto que a lista de vocabulários da “dica 1” é bem fixa, dependendo da língua a construção de uma “simples frase” pode parecer um sufoco num primeiro momento. Lembre-se que para os nativos essas coisas são bastante simples e, portanto, podem ser pra você também, desde que você entenda a lógica da língua. Bom… e como entender ?

Esse caminho deverá ser dado passo por passo. Em cada momento que estiver estudando haverá uma nova expressão, regra, conjugação, e por aí vai. Resolva-as uma por uma e não hesite em avançar caso um tópico não seja “totalmente compreendido”, pois é bem provável que ele vá sedimentar inconscientemente na sua cabeça se usado com frequência. Detalhe no início irão travar a sua comunicação, valorize o que você sabe ao invés de lamentar o que não sabe.

Lembre-se: Mais fácil extrair a rocha para depois lapidá-la do que lapidá-la na mina para depois extraí-la.

5. Não se reprima!

Você fala e não é compreendido, as pessoas às vezes acreditam que você é “débil” ou podem até rir, você tem muita vergonha e medo de errar … bem vindo(a) novamente à realidade das línguas complexas. A vergonha pode literalmente impossibilitar o seu aprendizado, caso ela seja considerada grave. Se ela for leve, trará alguns obstáculos desagradáveis, mas se não houver vergonha nenhuma, tudo vai ficar muito mais fácil.

Em primeiro lugar, o nativo irá notar de primeiro momento que você é um(a) estrangeiro(a) e certamente ele fará um esforço maior para te entender, ou dependendo do caso, valorizar o seu esforço. Fale aquilo que você sabe e se não entender peça novamente para o nativo repetir. Num mundo em constante globalização, sempre haverá grupos de nativos abertos para os estrangeiros em qualquer lugar do mundo. Aproxime-se de quem te faça se sentir à vontade.

6. Faça amigos e envolva-se

Nada melhor que um amigo para nos ajudar nos momentos difíceis, certo ? E realmente, aprender uma língua complexa é de alguma maneira passar por dificuldade. Encontrar uma pessoa que gosta de você pode ser alguém que esteja disposta a corrigir alguns dos seus erros, explicar algumas expressões, dar dicas e ouvir pacientemente seus erros sem te reprimir. Além disso, você estará ganhando mais conhecimento ainda do local, sem contar na vantagem de se ter mais amigos para a vida.

Uma forma de se aproximar do povo é pelos seus gostos: fazer um esporte, participar de um grupo religioso, um grupo de estudos, dentre outros.

Vejo muitas pessoas no mundo se isolarem numa “ilha” quando vão ao exterior, sem ter contato com o povo nativo e viver em meio a “gringos” constantemente. Esse convívio também é bom, mas ele é muito restritivo e pode te isolar de milhões de oportunidades que você poderia estar vivendo no local, em todos os sentidos. Quando você fala a língua do local fluentemente, as restrições despencam, as pessoas terão menos vergonha de falar com você e será possível aproveitar 10 vezes mais a viagem e a convivência.

E pode ter certeza que, enquanto você tiver pelo menos um grande amigo que fale a língua, você jamais a esquecerá completamente.

7. Use a Internet

Não há nada mais potente hoje do que a internet para troca de informações. É comum quando aprendemos uma língua (principalmente quando estudamos em algum curso ou com professor), nos focarmos no que o livro didático expõe. Os livros didáticos, independente da qualidade, são programados para facilitar o máximo possível a sua compreensão e podem acabar se tornando um pouco “artificiais”, por não oferecerem uma linguagem espontânea do povo. Procure na internet textos/vídeos/materiais sobre assuntos que você gosta na língua em aprendizado e identifique o quê dá para ser apreendido (novo vocabulário, por exemplo). Vá progressivamente, até que uma hora
você já conhecerá bem o vocabulário de seu interesse e poderá consultar a internet, em qualquer lugar do mundo.

Na internet, existem páginas como o Live Mocha onde você pode encontrar pessoas para te ajudar a aprender qualquer tipo de língua, bem como ajudar estrangeiros a aprender o português. Em outros sites de redes sociais você poderá encontrar pessoas com quem conversar, aprender, fazer amizades, etc.

As dicas servem para o aprendizado de qualquer língua, inclusive as “menos” complexas. De qualquer forma, é um processo no qual ocorrem centenas de tropeços e a exigência da paciência pode ser grande ou até mesmo enorme. Nada melhor que um passo a cada dia no ritmo que você puder acompanhar, dando o melhor de si, mantendo a disciplina e revisando periodicamente o que for necessário.

Aprender uma nova língua vai muito mais além de decorebas, livros e cursos. É abrir uma porta na sua vida para todo um povo (e vice-versa), se tornar um ser humano mais rico por dentro e mais tolerante às diversidades, expandir a mente e o raciocínio, desafiar-se e tornar-se um elo de união entre os povos.

Bom estudo!

Fonte: Mude.nu

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