7 dicas para ampliar o repertório sociocultural e usá-lo na redação do vestibular
Olá, leitor(a)!
O conceito de inteligência não envolve somente a retenção ou a memorização de dados e informações, mas também a habilidade de pesquisar, organizar e relacionar conhecimentos e experiências. O poeta nordestino Patativa do Assaré e a escritora favelada Carolina Maria de Jesus desenvolveram muito bem isso e, mesmo com um ensino formal precário, conseguiram produzir obras literárias incríveis, que chegaram a ser traduzidas e estudadas em diversos idiomas.
Nesse sentido, por exemplo, concursos e vestibulares cobram a produção de redações como forma de diagnosticar a capacidade dos(as) candidatos(as) de interpretar e discorrer sobre um determinado tema. Assim, mais do que buscar adequação à norma padrão, é preciso apresentar uma consciência de mundo. Para ajudá-lo(a) nisso, nós separamos 7 dicas de como ampliar o repertório sociocultural e explorá-lo em textos avaliativos.
A importância do repertório sociocultural para a redação
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das provas mais concorridas para ingressar no ensino superior. Por meio dele, é possível participar de processos como o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que oferece vagas em faculdades públicas, e o Programa Universidade para Todos (Prouni), com bolsas de 50% a 100% em instituições universitárias particulares.
Estruturada para avaliar o conteúdo didático dos últimos três anos do ensino básico, a prova do Enem conta com 180 questões de múltipla escolha — que abrangem Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática — mais a Redação. Esta última é analisada a partir do desempenho em cinco competências:
- Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;
- Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa;
- Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
- Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
- Elaborar uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Vemos, então, que a bagagem sociocultural (conjunto de conhecimentos, informações e experiências) dos(as) estudantes é fundamental para alcançar uma boa pontuação na produção textual desse teste. Mais, que não basta simplesmente conhecer um pouco acerca de tudo, é indispensável saber como construir relações e caminhos a partir desse repertório.
Avaliações como essa buscam averiguar o potencial dos(as) alunos(as) para a resolução de problemas existentes na sociedade. Portanto, a dinâmica de estudos das pessoas que almejam adentrar o ensino superior por meio do Enem, da Fuvest, da Comvest e afins deve considerar a aplicação prática dos conteúdos ensinados na escola e a conexão deles com a vivência social e familiar.
7 dicas para ampliar o repertório sociocultural
Pensando em ajudar nossos leitores e leitoras que pleitearão vagas em grandes vestibulares, nós listamos 7 dicas para enriquecer o repertório cultural. O mais legal é que, além de aumentarem suas chances de arrasar na redação, nossas sugestões também vão torná-lo(a) uma pessoa muito mais interessante. Confira:
1. Leia frequentemente
No Manifesto Antropofágico (1928), o modernista brasileiro Oswald de Andrade ressignifica o termo “antropofagia”, associado ao canibalismo, como o consumo de literaturas e culturas com o intuito de fazer nascer algo novo. Parte desse pensamento tem origem na ideia de que o conhecimento não surge do nada, mas sim em relação a outros saberes. Assim funciona também o repertório sociocultural, que só é enriquecido a partir da mistura e assimilação de conhecimentos. Portanto, ler com frequência e se dispor a compreender diferentes histórias é fundamental nesse processo.
2. Veja filmes e documentários
Ainda que as mídias audiovisuais sejam tratadas majoritariamente como meios de entretenimento, elas possibilitam inúmeras reflexões político-sociais — sendo responsáveis por registrar períodos e acontecimentos históricos extremamente relevantes para a compreensão de uma época, sociedade, ideologia, entre outras coisas. Há, por exemplo, muitos filmes biográficos de figuras que impactaram nações e documentários sobre grandes tragédias mundiais. Vemos, então, que consumir essas produções pode ser uma ótima estratégia para o enriquecimento do nosso repertório intelectual e cultural.
3. Escute podcasts
Os podcasts têm ganhado cada vez mais espaço na indústria audiovisual, principalmente após o surgimento de plataformas gratuitas (ou híbridas) de streaming. Isso porque o formato permite que as pessoas consumam conteúdos quando e onde quiserem. Pensando em vestibulandos(as), esses programas são grandes aliados, especialmente porque abrangem os mais distintos assuntos, até mesmo discussões acerca dos processos avaliativos para ingressar em universidades. Logo, escutar podcasts pode fazer muita diferença para auxiliar na criação e/ou fortalecimento de uma boa bagagem intelecto-cultural.
4. Confira a veracidade das informações que recebe
Como mencionado antes, a inteligência não é sobre o acúmulo de informações, mas sim sobre a qualidade com que as utilizamos e o modo como as conectamos com dados, teorias e saberes. Nesse sentido, conferir a veracidade daquilo que consumimos é imprescindível para o bom desenvolvimento dos nossos argumentos, especialmente na construção de um texto dissertativo. Ao se amparar em notícias de fontes seguras, o(a) estudante estará fortalecendo sua habilidade de apuração de dados e estabelecendo critérios sérios e éticos para aquilo que defende.
5. Participe de grupos de discussão
Segundo o dicionário Houaiss, a palavra discussão faz referência ao embate entre, pelo menos, dois pontos de vista distintos. Apesar de sugerir que essa disputa leve a um argumento vencedor, o ato de discutir tem muito mais a ver com a apresentação de informações, dados e ideias a fim de chegar a uma nova conclusão sobre determinado tema. Dessa forma, participar de grupos de debate e/ou estudo, expondo opiniões e fundamentando-as com teorias, notícias e afins, é uma excelente maneira de aumentar a bagagem sociocultural.
6. Conheça vidas e realidades diferentes
Todas as dicas propostas ressaltam, de certa forma, a importância de sairmos da nossa zona de conforto e conhecermos pontos de vista e histórias distintas daquelas a que estamos habituados(as). Isso é possível com a leitura de livros, o consumo de filmes e documentários, e a partir de conversas com quem não faz parte das nossas “bolhas”. Nesse sentido, frequentar ciclos sociais/culturais diferentes, mesmo que virtualmente, e buscar interações com indivíduos que possuem vidas e realidades das quais pouco conhecemos são atitudes que expandem nossos horizontes e nos oferecem incríveis experiências.
7. Faça passeios culturais
Por fim, e como opção para o item acima, realizar passeios culturais é uma excelente maneira de perceber o mundo sob variados aspectos. Ir a museus, casas de cultura, teatros e até mesmo realizar simples caminhadas por bairros desconhecidos são ações que provocam o olhar e os sentimentos, ampliando nossos conhecimentos e experiências. Com isso, o repertório sociocultural também cresce, bem como a capacidade de realizar conexões e produzir novos saberes.
Conteúdo extra
Para quem tem muito mais fome e sede de conhecimento do que nossas dicas são capazes de sanar, recomendamos dois podcasts que abordam conteúdos importantes não apenas sobre questões do vestibular, mas também do Brasil e do mundo. A primeira sugestão é o programa Durma com essa, realizado pelo jornal digital Nexo, que tem como propósito trazer as notícias mais relevantes do momento de modo preciso e neutro.
O podcast Dá ideia, por sua vez, explora assuntos da atualidade especificamente a partir da perspectiva do vestibular, ou seja, de como essas informações podem ser aplicadas na redação do Enem. Entre os temas discutidos, destacamos diversidade nas empresas, depressão e ansiedade, violência no esporte e mobilidade urbana.
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Boa preparação e até logo!