50 erros de português comuns no trabalho
Olá, leitores do Canal do Ensino!
Para se dar bem acadêmica e profissionalmente, é preciso não só estudar, se dedicar e ter um objetivo consolidado, mas também é essencial saber escrever bem. Essa tarefa tão cotidiana, que muita gente faz sem nem perceber, é um ponto importante no mundo corporativo. Veja aqui 50 erros de português comuns no trabalho.
Mesmo com essa importância toda, a gramática anda muito esquecida ultimamente. Com as redes sociais, onde o que vale é passar a mensagem e não como ela é feita, muita gente se acostumou a escrever abreviado e errado. Erros de ortografia, sintaxe, regência, conjugação verbal e pontuação se tornaram constantes.
Então, pra não cair nessa, dê uma olhadinha na lista abaixo de erros mais comuns no trabalho. Pode ter certeza que a próxima vez que se deparar com algumas das expressões mostradas, você vai pensar duas vezes antes de escrever.
Ah, e a maior dica para fazer um bom texto é, não só estudar essas regrinhas todas, mas principalmente ler. Leia bastante. A leitura sempre faz a diferença.
Erros de português comuns no trabalho
- “A nível de” / “Em nível de”
- Errado: A nível de proposta, o assunto deve ser mais discutido”
- Certo: Em relação à proposta, o assunto deve ser mais discutido.
- Por que: A expressão “a nível de” só está correta quando significar “à mesma altura”. “Hoje, Santos acordou ao nível do mar”. Também podemos usar a expressão “em nível” sempre que houver “níveis”: “Esse problema só pode ser resolvido em nível de diretoria”.
- “Mas” / “Mais”
- Errado: Ele é dedicado, mais costuma se atrasar.
- Certo: Ele é dedicado, mas costuma se atrasar.
- Por que: Mas é conjunção adversativa e significa “porém”. Mais é advérbio de intensidade.
- “Maiores informações” / “Mais informações”
- Errado: Para maiores informações, entre em contato com a Central de Atendimento.
- Certo: Para mais informações, entre em contato com a Central de Atendimento.
- Por que: “Maior” é comparativo, portanto não se aplica a esse caso.
- “Imprimido” / “Impresso”
- Errado: Ele havia impresso todos os documentos naquele dia.
- Certo: Ele havia imprimido todos os documentos naquele dia.
- Por que: O verbo imprimir tem duas formas de particípio – impresso e imprimido. Com os verbos ter e haver, deve-se usar a forma “imprimido”, e com os verbos ser e estar, “impresso”. Ex: Os documentos foram impressos naquela máquina.
- “A” / “há”
- Errado: Trabalho nesta empresa a dez anos.
- Certo: Trabalho nesta empresa há dez anos.
- Por que: Para indicar tempo passado, usa-se “há”. O “a”, como expressão de tempo, é usado para indicar futuro ou distância. (A empresa fica a dez minutos do centro.)
- “Anexo” / “Anexa” / “Em anexo”
- Errado: Encaminho anexo os documentos solicitados.
- Certo: Encaminho anexos os documentos solicitados.
- Por que: Anexo é adjetivo e deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere. Ex: Segue anexa a carta de apresentação. Obs: Muitos gramáticos condenam a locução “em anexo”; portanto, dê preferência à forma sem a preposição.
- “Em mãos” / “em mão”
- Errado: O motorista entregou a carta em mãos.
- Certo: O motorista entregou a carta em mão.
- Por que: A segunda opção sempre foi considerada a correta, porém, atualmente, as duas formas são aceitas por alguns dicionários.
- “Online” ou “on-line”
- Errado: Haverá um treinamento online para os colaboradores.
- Certo: Haverá um treinamento on-line para os colaboradores.
- Por que: O “VOLP” – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – registra “on-line” com hífen.
- “Curriculum” / Curriculo”
- Errado: Os candidatos deverão entregar o curriculo no RH.
- Certo: Os candidatos deverão entregar o curriculum (ou currículo) no RH.
- Por que: Curriculum vitae é uma expressão latina, mas já foi aportuguesada: currículo. Ambas formas estão corretas: curriculum vitae ou currículo (com acento).
- “Em vez de” / “Ao invés de”
- Errado: Ao invés de mandar um e-mail, resolvi telefonar.
- Certo: Em vez de mandar um e-mail, resolvi telefonar.
- Por que: “Em vez de” é usado como substituição, enquanto a expressão “ao invés de” é usada como oposição.
- “Obrigado” / “Obrigada”
- Errado: Obrigado pela ajuda – disse Clara.
- Certo: Obrigada pela ajuda – disse Clara.
- Por que: “Obrigado” é variável e concorda com a pessoa que fala. A mulher diz “obrigada”. O homem, “obrigado”.
- “Seção” / “Sessão” / Cessão
- Errado: A seção dos direitos autorais desta obra criou polêmica.
- Certo: A cessão dos direitos autorais desta obra criou polêmica.
- Por que: Seção significa divisão de repartições públicas, parte de um todo, departamento. Sessão significa espaço de tempo de uma reunião deliberativa ou de um espetáculo. Cessão refere-se ao ato de ceder.
- “Houve” / “houveram”
- Errado: Houveram dois problemas.
- Certo: Houve dois problemas.
- Por que: O verbo “haver” no sentido de existir não tem sujeito, por isso fica sempre na terceira pessoa do singular. “Há dez problemas”, “houve dez problemas”. Vale a mesma regra quando os verbos “haver” e “fazer” indicam tempo: “Faz dois anos que nos encontramos”.
- Vírgula entre sujeito e verbo
- Errado: O gerente de marketing, copiou as informações.
- Certo: O gerente de marketing copiou as informações.
- Por que: A vírgula é um sinal de pontuação que marca uma pausa de curta duração. É usada para separar termos dentro de uma oração ou orações dentro de um período, mas nunca deve ser colocada entre o sujeito e o verbo.
- “A meu ver” / “Ao meu ver”
- Errado: “Ao meu ver, o evento foi um sucesso”.
- Certo: “ A meu ver, o evento foi um sucesso”.
- Por que: Não se deve usar artigo nessas expressões, em que o substantivo ver significa “opinião, juízo”: a meu ver, a seu ver, a nosso ver. Também não se usa artigo em estar a par: Estavam todos a par (e não ao par) dos últimos acontecimentos.
- “Porque” / “Por que”
- Errado: Ninguém soube porque o diretor cancelou a reunião.
- Certo: Ninguém soube por que o diretor cancelou a reunião.
- Por que: Porque é conjunção e tem a função de unir duas orações coordenadas. Por que é usado em frases interrogativas e, também, aparece nos casos em que puder ser substituído por “pelo qual” ou “por qual razão”.
- “Este” / “Esse” / “Aquele”
- Errado: Na reunião, serão discutidos esses itens a seguir:
- Certo: Na reunião, serão discutidos estes itens a seguir:
- Por que: Observe a regra: “Estes itens.” (Você ainda irá citar); “Esses itens.” (Você já citou).
- “São suficientes” / “É suficiente”
- Errado: Cento e cinquenta dólares são suficientes para as diárias no exterior.
- Certo: Cento e cinquenta dólares é suficiente para as diárias no exterior.
- Por que: O verbo ser é invariável quando indicar quantidade, peso, medida ou preço.
- “Acerca de” / “a cerca de”
- Errado: Na reunião, discutiu-se a cerca de corte de gastos.
- Certo: Na reunião, discutiu-se acerca de corte de gastos.
- Por que : “Acerca de” significa a respeito de. A cerca de indica aproximação. (Ex: A empresa fica a cerca de 5 km daqui.)
- “Meio-dia e meio” / “Meio-dia e meia”
- Errado: A reunião começará ao meio-dia e meio.
- Certo: A reunião começará ao meio-dia e meia.
- Por que: Devemos utilizar a expressão meio-dia e meia sempre que quisermos referir a décima segunda hora do dia mais trinta minutos, ou seja, o meio-dia mais meia hora.
- “Entre eu e você” / “Entre mim e você”
- Errado: Entre eu e você, há uma sintonia de ideias.
- Certo: Entre mim e você, há uma sintonia de ideias.
- Por que: Eu é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito, ou seja, antes de um verbo no infinitivo, como no caso: “Não há nada entre eu pagar e você usufruir também.”
- “Segmento” / “Seguimento”
- Errado: O seguimento de mercado mostrou-se propício a investimentos.
- Certo: O segmento de mercado mostrou-se propício a investimentos.
- Por que: Segmento é sinônimo de seção, parte. Seguimento é o ato de seguir. (Ex: O projeto de implantação da ciclovia não teve seguimento.)
- “Por hora” / “Por ora”
- Errado: O diretor afirmou que, por hora, não poderia responder.
- Certo: O diretor afirmou que, por ora, não poderia responder.
- Por que: A expressão “por hora” refere-se a tempo. “Por ora” expressa o sentido de “por enquanto”.
- “Meu óculos” / “meus óculos”
- Errado: Ele havia esquecido seu óculos no restaurante.
- Certo: Ele havia esquecido seus óculos no restaurante.
- Por que: As palavras ligadas ao substantivo “óculos” devem ser flexionadas para o plural.
- “Onde” / “Em que”
- Errado: Participei da reunião onde foram tomadas várias decisões sobre os benefícios dos trabalhadores.
- Certo: Participei da reunião em que (ou na qual) foram tomadas várias decisões sobre os benefícios dos trabalhadores.
- Por que: A palavra onde é um advérbio de lugar e, portanto, só deve ser usada referindo-se a lugar. Em outros sentidos, utilize a expressão em que ou no/a qual.
- “É proibido” / “É proibida”
- Errado: É proibido a entrada de pessoas não autorizadas.
- Certo: É proibida a entrada de pessoas não autorizadas. ou É proibido entrada de pessoas não autorizadas.
- Por que: Deve-se fazer a concordância somente quando o substantivo estiver acompanhado, por exemplo, de artigo, pronome demonstrativo, pronome possessivo.
- “A prazo” / “À prazo”
- Errado: Os produtos podem ser comprados à vista ou à prazo.
- Certo: Os produtos podem ser comprados à vista ou a prazo.
- Por que: Não existe crase antes de palavra masculina. Portanto, deve-se escrever: a prazo, a pé, a cavalo, a bordo.
- “Vem” / “veem”
- Errado: Os gerentes vem ao setor todos os dias e vêem o desempenho dos colaboradores.
- Certo: Os gerentes vêm ao setor todos os dias e veem o desempenho dos colaboradores.
- Por que: Vem corresponde ao verbo VIR e recebe acento na 3ª pessoa do plural do presente do Indicativo. Veem corresponde ao verbo VER e, segundo o Novo Acordo Ortográfico, não recebe mais acento na 3ª pessoa do plural do presente do Indicativo.
- “Clipe” / “clipes”
- Errado: Ele fixou os papéis com um clips.
- Certo: Ele fixou os papéis com um clipe.
- Por que: Clipe é aquela peça de metal usada para prender folhas. Patenteado na Alemanha, é conhecido como clip (pl. clips) nos países de língua inglesa. No Brasil, deve ser chamado de clipe (pl. clipes).
- “Eminente” / “Iminente”
- Errado: Pedro é uma figura iminente na empresa.
- Certo: Pedro é uma figura eminente na empresa.
- Por que: Eminente quer dizer notável. Iminente significa prestes a acontecer.
- “10 a 20 de março” / “10 à 20 de março”
- Errado: O curso será de 10 à 20 de março.
- Certo: O curso será de 10 a 20 de março.
- Por que: Observe que não há artigo combinado com a preposição de; portanto, também não haverá artigo no passo seguinte, estando correto “de tal dia a tal dia”, sem crase.
- Crase na indicação de páginas
- Errado: Os advogados fizeram a leitura da página 5 a 15 do acordo trabalhista.
- Certo: Os advogados fizeram a leitura da página 5 à 15 do acordo trabalhista.
- Por que: A palavra “página” está implícita após o “à”, o que justifica o acento grave, que indica que há crase (fusão de “a” preposição + “a” artigo feminino.
- “1,5 milhão” / “1,5 milhões”
- Errado: Em 2016, foram gastos no país 1,5 milhões de cartuchos de impressora.
- Certo: Em 2016, foram gastos no país 1,5 milhão de cartuchos de impressora.
- Por que: A unidade “milhão” só é flexionada para o plural a partir do segundo milhão, ou seja, 2 milhões. Portanto, deve-se observar o número que antecede a vírgula e lembrar que numerais como “milhão”, “bilhão” e “trilhão” devem concordar com esse número.
- “Há dois anos” / “Há dois anos atrás”
- Errado: Há dois anos atrás, o contrato foi assinado.
- Certo: Há dois anos, o contrato foi assinado.
- Por que: É redundante dizer “Há dois anos atrás”, pois o “Há” já dá ideia de tempo decorrido.
- “A partir” / “À partir”
- Errado: À partir da próxima semana, não será permitida a entrada sem o crachá de identificação.
- Certo: A partir da próxima semana, não será permitida a entrada sem o crachá de identificação.
- Por que: Não há crase antes de verbo.
- “Pagou o engenheiro” / “Pagou ao engenheiro”
- Errado: Ao término da obra, a empresa pagou o engenheiro.
- Certo: Ao término da obra, a empresa pagou ao engenheiro.
- Por que: O verbo “pagar” exige dois complementos – um deles acompanhado de preposição (pessoa) e o outro sem preposição (coisa). Assim: Paguei (o serviço) ao engenheiro.
- “Deve haver” / “Devem haver”
- Errado: Devem haver muitas pessoas naquele auditório.
- Certo: Deve haver muitas pessoas naquele auditório.
- Por que: O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, ou seja, só é usado no singular. Quando acompanhado de um verbo auxiliar, no caso, “deve”, este também se torna impessoal.
- “Horas extra” / “Horas extras”
- Errado: O colaborador precisou fazer muitas horas extra.
- Certo: O colaborador precisou fazer muitas horas extras.
- Por que: “Extra” é um adjetivo, portanto deve concordar com o substantivo a que se refere.
- “Voo” / “Vôo”
- Errado: Aquelas pessoas quase perderam o vôo.
- Certo: Aquelas pessoas quase perderam o voo.
- Por que: O Acordo Ortográfico eliminou o acento circunflexo no primeiro “o” do hiato final “oo”. Assim: voo, zoo, perdoo, abençoo etc.
- “Bastante” / “Bastantes”
- Errado: Há bastante motivos para a demissão daquele colaborador.
- Certo: Há bastantes motivos para a demissão daquele colaborador.
- Por que: Bastante/Bastantes é pronome indefinido e deve concordar com o substantivo a que se refere. Na dúvida, faça a substituição por “muito/muitos”. Também pode ser advérbio, mas, nesse caso, permanecerá invariável.
- “Zero hora” / “Zero horas”
- Errado: A decisão entra em vigor a partir das zero horas de amanhã.
- Certo: A decisão entra em vigor a partir da zero hora de amanhã.
- Por que: O substantivo “hora” concorda com o numeral “zero”.
- “Através” / “por meio”
- Errado: O cliente soube da alteração através do e-mail.
- Certo: O cliente soube da alteração por meio do e-mail.
- Por que: Por meio significa “por intermédio”. A locução através de expressa a ideia de atravessar. (Ex: Olhou através da janela.)
- “Responder o” / “Responde ao”
- Errado: O gerente não respondeu o meu e-mail.
- Certo: O gerente não respondeu ao meu e-mail.
- Por que: A regência do verbo responder, no sentido de dar a resposta a alguém, exige a preposição “a”.
- “Senão” / “Se não”
- Errado: É melhor ele comparecer, se não irá perder a vaga.
- Certo: É melhor ele comparecer, senão irá perder a vaga.
- Por que: Senão significa “caso contrário”. Se não é usado no sentido de condição. (Ex: Se não chover, poderemos sair.)
- “No aguardo de” / “Ao aguardo de”
- Errado: Ficarei no aguardo de providências.
- Certo: Ficarei ao aguardo de providências.
- Por que: Ficamos sempre ao aguardo ou à espera de, nunca no aguardo de ninguém ou na espera de alguma coisa.
- “Obrigado” / “Obrigados”
- Errado: Muito obrigado! – disseram os homens.
- Certo: Muito obrigados! – disseram os homens.
- Por que: “Obrigado” deve vir no plural caso se refira a mais de uma pessoa.
- “Chegar em” / “Chegar a”
- Errado: Os estagiários chegaram atrasados na reunião.
- Certo: Os estagiários chegaram atrasados à reunião.
- Por que: Verbos de movimento exigem a preposição “a”.
- “Há pouco” / “A pouco”
- Errado: Os gestores chegarão daqui há pouco.
- Certo: Os gestores chegarão daqui a pouco.
- Por que: “Há pouco” indica tempo decorrido. “A pouco” dá ideia de uma ação futura.
- “Chego” / “Chegado”
- Errado: A secretária havia chego atrasada na reunião.
- Certo: A secretária havia chegado atrasada na reunião.
- Por que: O particípio do verbo chegar é chegado. Chego é 1ª pessoa do Presente do Indicativo.(Ex: Eu chego na hora do almoço).
- “Deu” / “Deram” tantas horas
- Errado: Deu dez da noite e ele ainda não chegou.
- Certo: Deram dez da noite e ele ainda não chegou.
- Por que: Os verbos dar, bater e soar concordam com as horas. Porém, se houver sujeito, deve-se fazer a concordância: “O sino bateu dez horas.”
Agora que você já sabe os erros de português mais comuns no trabalho, faça o máximo para evitar e deixa seus textos muito melhores.
Até mais.
Anya
Caros senhores,
Ao explicar a razão pela qual uma forma é certa enquanto a outra é errada, não deveríamos empregar a conjunção causal explicativa “porque”?
Laurinda lopes de souza
Bom dia a equipe do canal de ensino,pela dedicação e vontade de nos ajudar a escrever corretamente.
Muito obrigada!