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3 formas de usar games virtuais em sala de aula

Olá professores!

Já imaginou que prático seria, num mundo em que os jovens são muito ligados a tecnologia, poder ensinar através de jogos para computador? O educador antenado com as inovações sabe que é muito possível sim. Os alunos ficam mais interessados na matéria, interagem entre eles, ao invés de ficar cada um com seu caderno e caneta, e ainda aprendem enquanto se divertem.

Essa forma de misturar educação com entretenimento recebeu o nome, em inglês de Edutainment, que é a mistura das palavras “education” (educação) com “entertainment” (entretenimento). Em português, poderia ser algo como Edutenimento. O termo surgiu nas salas de aulas dos Estados Unidos nos anos 80.

História do “Edutainment”

Edutainment” é o processo de educar através do uso de formas populares de entretenimento. Um dos exemplos mais antigos e muitos usados são as parábolas e contos de fada com a famosa moral da história no final, em que a criança sempre aprende alguma coisa. Programas de TV como Vila Sésamo ou vários outros de emissoras como a TV Cultura trouxeram o “edutainment” para dentro de casa nos anos 70 e 80, transformando a leitura, matemática e gramática em algo divertido para toda a família.

Nos EUA, o conceito foi para o computador através do jogo The Oregon Trail. Ele foi criado por um aluno do segundo grau para ajudar a ensinar história para os menores. O game acabou se tornando um clássico nas salas de aula americanas nos anos 80.

Agora, o “edutainment” é uma ferramenta muito popular. Atualmente, a maioria dos alunos já conhecem bem os jogos e tem um alto apetite por um aprendizado mais ativo. Existe uma grande variedade de possibilidades para atender essa nova demanda em sala de aula. Mas isso depende também da criatividade dos professores em encontrar maneiras de transformar até mesmo games mais comerciais em algo produtivo para o ensino.

Em universidades, vários professores já estão usando novas soluções nesse sentido. Mas e no ensino básico? Será que os educadores conseguem se adaptar a essa realidade?

James Hinton, que escreve para o conceituado site de educação Edudemic, dá três exemplos de professores que usaram games como “edutainment”. Com a grande variedade de jogos que existem atualmente, eles podem servir de inspiração para vários profissionais inovarem em seus métodos de ensino. Olha só.

 

CIVILIZATION IV

O professor de História Antiga Jeremiah McCall queria mostrar de um jeito diferente para seus alunos, como a agricultura ajudou a criar a civilização. Para isso, ele usou o jogo Civilization IV, sobre a construção de impérios.

Nesse game, os jogadores tem o poder sobre a criação da sociedade. Eles devem escolher o local onde as cidades serão construídas e determinar como as terras ao redor serão usadas com o desenvolvimento de infra-estrutura como fazendas, minas e fortificações. Quando as cidades crescem, podem ter militares para a proteger lugares menores, enquanto rodovias que as conectam aumentam o acesso a outros recursos. Os jogadores ainda podem usar a economia da sua cidade para se expandir culturalmente e religiosamente e até escolher o tipo de governo e leis civis. E tudo isso leva a um aprendizado cada vez maior em vários níveis, não só em história.

O game acaba levando em conta vários fatores importantes para ensinar antigas civilizações: comunidades agrárias, cidades, divisão de trabalho, hierarquias, exércitos, burocracias, câmbios, sistemas de religião e ideologia e muito mais. Estudar esses conceitos tanto individual quanto coletivamente é fundamental para um entendimento de como a nossa civilização se tornou o que é hoje.

No entanto, fazer isso apenas com leitura de livros e textos padrão, resulta num processo mais estático que não estimula os estudantes, levando a um aprendizado mais superficial.

Ao incorporar o game Civilization IV no processo de ensino, o professor McCall realmente estimula seus alunos. Ele pede para os jovens assumirem papéis importantes nessa sociedade virtual e como suas ações vão influenciar no desenvolvimento – para o bem ou para o mal – de suas civilizações. Isso vira aprendizado para os estudantes, já que eles veem o resultado de suas próprias decisões e sabem os motivos que levaram àquele fator final.

McCall não foi o primeiro a usar o Civ IV dessa maneira. Os professores Aleksander Husoy e Vegard Relling pediram a seus alunos para escreverem redações sobre esse aprendizado e publicaram os textos em inglês.

MINECRAFT

Dan Bloom ensina biologia para o 9o ano. Seu desafio era fazer seus alunos visualizarem o processo de extração do DNA. Antes de fazer isso no laboratório, ele resolveu tentar uma abordagem diferente e usou o game Minecraft.

Com a ajuda do assistente do Minecraft, ele construiu células gigantes virtuais. O objetivo no jogo era usar as ferramentas corretas para entrar na célula e achar o DNA. No processo, os estudantes não só aprendiam como e porque acontece a extração do DNA, como também visualizavam a estrutura da célula em 3D, em um ambiente super interativo. Desse modo, os alunos passaram a discutir mais sobre a matéria e aprenderam coisas diferentes do que o que apenas era ensinado no momento. Com certeza, esse foi uso diferente e divertido do “edutainment”.

O professor Bloom foi entrevistado pelo canal do Minecraft no YouTube. O áudio está em inglês.

PORTAL 2

O professor Don LaBonte queria estimular seus alunos a se divertirem mais com a ciência. Ele descobriu que os games seriam uma boa ideia, depois de participar de um evento sobre jogos na escola e perceber o quanto preocupados e engajados os jovens ficavam em resolver os problemas do game Portal 2.

LaBonte viu que o criador de enigmas Portal 2 cumpria normas padrões oficiais e os alunos poderiam usar o método científico para isso: fazer questionamentos, criar um experimento e ter retorno sobre ele, ver os resultados. Com a tarefa de testar outros jogadores, desenhando os níveis do game, os estudantes tiveram que pensar nas reações que cada pessoa teria em desafios específicos, como superá-los, que meio utilizar para isso e aí por diante. No final, eles tinham que interpretar os resultados e apresentar um relatório para a classe.

O educador conta que os estudantes ficaram muito empolgados com esse método de aprender ciência, muito mais do que resolver um simples problema escrito num papel. Depois a classe ainda pôde discutir soluções, parte técnica e novos meios para deixar tudo ainda mais divertido.

Os criadores do Portal 2’s Puzzle Maker gostaram tanto dessa experiência que colaboraram com outros professores na criação de um vídeo sobre como utilizar melhor esse game em sala de aula.

Esses são apenas 3 exemplos de como games mais comerciais podem ser usados como boas ferramentas de ensino. Existem centenas de outros jogos com potencial para isso. Não importa a matéria que você ensine, provavelmente há muita coisa por aí que pode ser usada de um modo mais criativo.

Mergulhe nesse mundo virtual junto com seus alunos. Sua aula vai ficar muito mais interessante, disputada e aguardada entre os estudantes. E tem coisa melhor na educação do que aprender se divertindo?

Boas aulas!

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