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Multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade – Diferenças e convergências

Olá, leitores!

Tema frequente nos debates entre educadores de todo o mundo, estes conceitos convergem e divergem em muitos sentidos. Multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade são termos bastante recentes e que não devem ser ignorados quando fala-se de novos paradigmas da educação – apesar de servirem ainda para determinar abordagens em outras áreas do conhecimento.

Trata-se, nos três casos, do modo como diferentes disciplinas se articulam. São formas de integrar diferentes áreas do conhecimento para um propósito comum – como produzir novos conhecimento, por exemplo. Você sabe o que cada um deles significa? Vejamos um pouco mais!

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Multidisciplinaridade – Cada um no seu quadrado

A multidisciplinaridade ocorre quando há mais de uma área de conhecimento em um determinando projeto ou propósito, mas cada uma destas disciplinas mantém seus métodos e teorias em perspectiva. Serve para resolver problemas imediatos e não possui foco na articulação e nos ganhos colaborativos.

É o que acontece comumente nas escolas seriadas brasileiras: se em História se estuda a história americana, na aula de Educação Física pode-se estudar os esportes praticados nos Estados Unidos que não são praticados no Brasil e em geografia a economia pós-Guerra Fria e seus impactos na economia americana – veja que não há relação entre as disciplinas.

Interdisciplinaridade – Com o mesmo propósito

Neste caso, mais de uma disciplina se une em um projeto comum, com um planejamento que as relacione. Durante o processo, estas áreas trocam conhecimentos e enriquece ainda mais as possibilidades. Como resultado, há um novo saber, menos fragmentado e mais dinâmico. Esta visão dá significado à experiência escolar.

Um exemplo disso pode ser um projeto com tema sustentabilidade, aplicado sob a óptica interdisciplinar: na escola, o professor de matemática pode explorar as formas de reduzir o consumo doméstico energético, como uma pesquisa do consumo; o professor de ciência pode propor uma pesquisa sobre meios energéticos mais ecológicos; o professor de geografia pode abordar os impactos econômicos e sociais em um mundo com e sem as práticas sustentáveis, o professor de Língua Portuguesa pode ensinar a elaborar uma redação dissertativa-argumentativa sobre os conhecimentos aprendidos, discutindo exemplos, justificativas, citações, argumentos, etc. – tudo em um projeto construído em comum, com um propósito único.

Transdisciplinaridade – Conhecimento sem fronteiras disciplinares

Há quem diga que a transdisciplinaridade é uma utopia. Mesmo assim, é defendida por muitos filósofos e pensadores, como Edgar Morin, por exemplo, que defendia um novo modo de pensar e conceber as práticas educativas, para além das disciplinas e do método cartesiano. O primeiro pensador a falar em transdisciplinaridade, no entanto, foi Jean Piaget (1896-1980).

Trata-se de um nível bem superior e complexo de integração contínua e ininterrupta dos conhecimentos tal como conhecemos hoje. Neste caso, não há mais disciplinas segmentadas, mas o propósito da vida e do conhecimento é a relação complexa dos diversos saberes sendo que nenhum é mais importante que o outro. É um processo dialógico onde as relações disciplinares não estão mais em foco, não são mais importantes.

Algumas escolas de orientação holística já propõem práticas transdisciplinares. Ainda é algo muito recente e inovador e há dificuldades conceituais para aplicar a transdisciplinaridade, por exemplo, nas escolas brasileiras, que são seriadas, segmentadas e com forte apelo tradicional, apesar de que muitas iniciativas interdisciplinares têm sido propostas nas últimas décadas.

Até breve!

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