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Como usar videogames na educação?

Olá, leitores do Canal do Ensino!14

Durante muito tempo, os videogames foram vistos apenas como entretenimento e até mesmo, influenciadores de comportamentos violentos nos jovens. Mas essa percepção vem se modificando e muitos educadores defendem a incorporação dos jogos eletrônicos, ou ao menos de sua lógica, à sala de aula. Como usar videogames na educação? Veja alguns exemplos.

Uma das principais pesquisadoras do tema no Brasil, Lynn Alves, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), afirma que a imersão provocada pelo videogame e as possibilidades narrativas permitem ao aluno quebrar a rigidez do ambiente escolar e lidar de maneira lúdica com os temas do currículo. Para que isso funcione, no entanto, o game não pode perder justamente as características que atraem tantos usuários. “O jogo não pode se transformar num livro eletrônico. Se isso acontecer, o objetivo se perdeu”, aponta.

Como usar videogames na educação

Veja abaixo exemplos de como os games podem ser incorporados ao ensino e aprendizado.

1- A lógica dos games

Algumas escolas não utilizam os jogos em si durante as aulas, mas se aproveitam de algumas características dos games. Com a chamada “gamificação”, estratégia de ensino que combina desafios, competição e recompensas, a lógica dos jogos eletrônicos começa a ser vista por muitas instituições como um recurso para motivar os alunos e tornar o estudo mais atraente. Uma das primeiras redes de ensino no Brasil a trabalhar com a ideia dos jogos na educação, a Positivo começou a utilizar esse recurso há 15 anos, inicialmente com o chamado edutainment (softwares que buscavam o equilíbrio entre ensino e entretenimento).

A empresa possui a plataforma adaptativa Aprimora, que utiliza recursos como pontuação para incentivar o aluno. Apesar de defender o uso desse tipo de tecnologia, Parahuari Branco, diretor de pesquisa, desenvolvimento e inovação da divisão de tecnologia educacional da Positivo Informática, diz que é “preciso preparar de forma adequada o professor, que deve adotar um novo papel nesse processo, atuando como um direcionador das discussões”.

2- Quadribol na educação física

No preparo das suas aulas de educação física, Archimedes de Moura Junior, professor da rede estadual de São Paulo, sempre trazia sob o braço o tapete de dança, acessório para o Playstation 2, que aplicava com os alunos. Posteriormente, adaptou para a classe o Quadribol, modalidade esportiva dos bruxinhos da série Harry Potter. Com videogame e TV próprios, Archimedes deixava que estudantes da 4ª série do ensino fundamental jogassem dois minutos do game Harry Potter: Quidditch World Cup e, na aula seguinte, os conhecimentos adquiridos na tela eram colocados em prática na quadra, com direito a chapéu de bruxo e acessórios. O projeto deu tão certo que, no ano seguinte, integrou-se a outras disciplinas, que passaram a abordar os livros da autora da série Harry Potter, J. K. Rowling, inspiradas pelas aulas de educação física.

3. A Revolta dos Alfaiates vira game

Na Escola Municipal Antônio Euzébio, em Salvador, as crianças passaram a usar o game Búzios: Ecos da Liberdade como auxílio nas aulas de história e cultura afro – o enredo do jogo trata da Revolta dos Alfaiates no final do século XVIII. Antes, porém, os professores tiveram de entender e manusear o jogo. “Aqueles professores que tinham a visão de que o videogame era só brincadeira passaram a entender as possibilidades”, afirma a coordenadora Nohara Vanessa Goes. Na prática, conta Nohara, a presença dos games começa a mudar alguns comportamentos. Para estudar a abolição da escravatura dentro da aula de informática, por exemplo, o normal seria os alunos pesquisarem no Google ou na Wikipedia – hoje já podem usar um jogo como o Búzios, em que a imersão na história desperta mais identificação e sentido.

Viu só, professores, como games em sala de aula podem ser uma boa opção? É só saber como usar os benefícios dos videogames na educação. Experimente e colha os resultados.

Até a próxima.

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