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Como abordar política em sala de aula

O maior desafio do professor que se propõe a abordar a política como tema de uma aula é não cair na chamada doutrinação, impondo sua posição política

Olá, professores!

Como abordar política em sala de aula, sendo que os especialistas nos demonstram que, enquanto os alunos do ensino fundamental tendem a seguir a orientação política presente em sua família ou na mídia e o aluno do ensino médio, na maioria das vezes, já tem uma opinião mais definida e autônoma. Cada professor também já possui seu posicionamento, que por sua vez, nem sempre é igual a de seus colegas docentes. Conheça as formas mais adequadas de abordagem deste importante tema em sala de aula.

Como ensinar sobre política em sala de aula?

Mário Sérgio Cortella, professor e filósofo, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, falou sobre como ensinar política em sala de aula e fez a seguinte observação: “O erro começa quando se tenta impor esse assunto. O importante é aprender as noções de comunidade e isso tem início na prática”.

Para o professor Cortella, o respeito recíproco e os pontos comuns dentro dos componentes curriculares existentes, são mais importantes do que ensinar o funcionamento do estado e da administração pública. E continua “Esses elementos não devem vir como o que hoje está disseminado como conteúdos extracurriculares. Isso dá a ideia de um penduricalho, algo à parte da educação”.

Porém, além da “prática” a que Cortella se refere, a recomendação dos especialistas é de que o professor, ao abordar o tema, busque a imparcialidade. Mesmo que dele seja solicitada a sua posição, é fundamental que ele permita e aceite os demais posicionamentos.

Criar oportunidades para o debate, a pesquisa e os seminários, é uma forma de estimular o pensamento crítico, o respeito e a tolerância entre ideias e opiniões diversas.

No entanto, há a necessidade de adaptação e adequação do tema aos diferentes níveis de escolaridade dos alunos. Os alunos das séries finais do ensino fundamental, por exemplo, são mais receptivos às questões ligadas à tolerância e respeito às diferentes opiniões, orientam os especialistas. Assim como a abordagem histórica e filosófica da política é mais indicada aos alunos do ensino médio.

Política, ética e cidadania em sala de aula

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Especialistas de todas as áreas da educação e pedagogia, em sua maioria, afirmam que, questões como política, ética, cidadania e democracia devem ser tratadas no ambiente escolar. E justificam, afirmando que é na escola que a criança e o adolescente exercita a convivência social e desenvolve o respeito às diferenças.

Cortella, em entrevista recente para o jornal Correio do Povo, diz que, o mundo dos valores devem estar no projeto político-pedagógico da escola. Para ele, conceitos como ética devem estar presentes desde a educação infantil por meio de exemplos. E descreve da seguinte maneira: É “Aquilo que se mostra, por exemplo, na educação física. Jogos cooperativos em vez de fazer só competição. Ter um momento para as crianças da educação infantil, do brinquedo partilhado, do lanche coletivo. Tudo aquilo que vai moldando valores de convivência, que não precisa ser colocado teoricamente”.

Em uma visão sociointeracionista de Vygotsky, pode-se dizer que a constituição do Homem passa pela convivência com os outros, consolidando-se na fase adulta. Sendo assim, a criança e o adulto carregam suas marcas construídas pela história e por processos internos, processando por seu livre-arbítrio as diferentes visões de mundo.

Em outras palavras, podemos compreender que, apesar de algumas pessoas depositarem no professor o poder de doutrinar seus alunos, a psicologia e a pedagogia demonstram que os alunos já trazem suas opiniões e posicionamentos da família, da mídia e de todos outros ambientes de sua convivência.

No entanto, os alunos são capazes de se expressarem e conviverem com as divergências quando encontram um ambiente em que são respeitados os princípios de ética e cidadania, em que não são impostos a eles uma maneira única de pensar.

Livros de política para a sala de aula

Apesar do uso dos textos orais e escritos, das notícias de jornais e revistas, serem os mais utilizados para desenvolver uma atividade sobre o tema, é fundamental que o professor possa suprir as lacunas dos conhecimentos dos alunos. Uma vez que, nem todos alunos gostam do assunto, ou acompanham diariamente todos os acontecimentos. Para suprir esta necessidade, portanto, indicamos dois livros para trabalhar a política em sala de aula.

Aos professores que pretendem apresentar o fundamental da estrutura política do país, o livro:

  • Ensinando Política à Crianças e Adultos, de Rubem Alves, apresenta em uma linguagem lúdica, explicações acerca de como são feitas as eleições, o que é democracia, como se forma o congresso e para que serve uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Os temas são desenvolvidos a partir de analogias e citações históricas, que facilitam a compreensão e o torna indicado para todas as idades.

Este segundo livro propõe a não dar resposta, mas convidar as crianças a pensar e levar o assunto para casa, além da sala de aula:

  • Quem Manda Aqui? Um Livro De Política Para Crianças, de André Rodrigues, Larissa Ribeiro, Paula Delgado e Pedro Markum, é um livro sobre política, feito com crianças, para crianças. Utilizando o imaginário infantil povoado por reis e rainhas, mestres e aprendizes, o livro fala sobre as diversas formas de controle e poder. O livro é fruto de seis oficinas realizadas com crianças, em que foram compartilhadas noções sobre modos de governar e tomar decisões.

Gostaram das dicas para trabalhar política em sala de aula? Comentem e compartilhem!

Até mais!

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