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A questão do Sudão do Sul: como estudar o conflito

Olá, estudantes!

O Sudão do Sul é o mais novo país do mundo. Com independência declarada em 2011 através de um referendo em que a quantidade surpreendente (98,8% da população votou pela sua criação), o Sudão do Sul nasceu com graves problemas que se estendem até os dias atuais.

O país tem um dos piores índices de qualidade de vida do mundo: IDH 0,54, índice de 92% de analfabetismo entre mulheres e mais de 80% de sua população sem acesso à saúde básica e água potável, já sofreu dois grandes conflitos que praticamente paralisaram sua economia e segue com graves crises econômicas.

Muito antes da Independência

Compreender os problemas de um país tão novo não é tão simples, uma vez que esses conflitos já existem há muito tempo e, por isso, é preciso voltar um pouco em sua história. O Sudão é um país do norte da África que vivia intensa guerra civil – a mais longa em atividade na África – que deixou mais de 2 milhões de mortos e três milhões de refugiados.

Numa tentativa de dar fim a essa guerra, em 2005 foi assinado o Tratado de Naivasha, que concedeu autonomia a região Sul do país e, em 2011, sua independência, criando o país Sudão do Sul. Essa guerra, porém, que deveria ter se encerrado com a criação da nova nação, apenas transformou-se de guerra civil a um conflito internacional.

Esse cenário, por trás dos conflitos religiosos travados entre muçulmanos e cristãos, traz a intensa disputa pelas grandes reservas de petróleo que jazem principalmente nas regiões do sul e são exploradas por empresas da Europa e China.

Com a divisão dos estados, cerca de 75% de todo o território petrolífero (matéria-prima da economia) ficou no Sudão do Sul, porém, as refinarias e quase toda a infraestrutura de escoamento se manteve no Sudão (território do Norte). Essa complexa situação, obviamente, demandaria parcerias e ações de desenvolvimento conjunto entre os dois países.

Conflitos internos

Em 2012, logo após a independência do país, em vez de ambas as nações trabalharem em conjuntos, outros conflitos étnicos já existentes explodiram na política pelas divergências entre o presidente Riek Marchar e o seu vice Kiir, de outra etnia, que foi acusado de tentativa de golpe de estado. Essas disputas políticas praticamente estancaram toda a economia petrolífera do Sudão do Sul em 2012 até o rompimento da aliança em julho de 2013.

Esses conflitos foram duramente marcados pela violência, com massacres em estados ocupados pelo movimento de oposição, ataques advindos da população Dinka (grupo étnico de Kiir) a campos de refugiados e ofensivas de resistência às missões de paz da ONU. Enquanto esses conflitos, que até hoje se estendem, continuarem, toda a economia e o desenvolvimento do Sudão do Sul será prejudicada e minada, prejudicando não somente o país, como também o Sudão e a China.

Ao analisarmos a questão do Sudão do Sul, vemos um país em conflitos muito mais complexos do que aparentam. Vemos um país em conflito étnico, econômico e religioso, que teve suas fronteiras determinadas a partir de iniciativas (e interesses) ocidentais sendo forçado a articular todas as guerras civis já sempre existentes, que custam à sua população uma vida no limite da miséria e na iminência da morte.

Recentemente, mais uma vez a ONU agiu e tentou aumentar suas forças de paz. Atualmente outros países também se envolvem em ações para tentar por um fim a esses conflitos, como o Quênia e a Etiópia – países vizinhos – e até mesmo o antigo inimigo, o presidente do Sudão atua para estabilizar seu vizinho.

Até logo!

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